O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, que apareceu em uma manifestação em março, ao lado de Bolsonaro, sem máscara, em meio à pandemia da Covid-19, hoje busca mostrar que não abre mão item de proteção. Na semana passada, antes de participar da live com o presidente, Barra fez questão de tranquilizar funcionários da Anvisa, afirmando que não apareceria sem o item. O relato dos empregados da agência é que nas reuniões e em seu gabinete, ele também não abre mão do acessórios.
Servidores do órgão afirmam segundo a coluna de Bela Megale, que hoje veem um diretor-presidente “diferente” daquele que assumiu o comando da Anvisa como interino, em outubro de 2019. Relatam que Barra não nega a amizade com Bolsonaro, mas afirmam que hoje ele adotou um “comportamento mais independente” em relação ao presidente, que “entende muito melhor” a instituição e sabe de regras e protocolos dos quais não pode abrir mão.
Na reunião de 17 de janeiro, quando a Anvisa aprovou o uso emergencial das vacinas da Coronavac e AstraZeneca no Brasil, Barra destacou a necessidade de usar as máscaras, mesmo com os imunizantes. Na sexta-feira (5), ele afirmou que o prazo de cinco dias para aprovação de vacinas estabelecido numa medida provisória aprovada pela Câmara é “irreal” e que a Anvisa pedirá ao presidente que vete esse trecho. A solicitação foi vista como uma ação de Barra em defesa da agência, decisão que pode trazer desgastes ao governo.