A inflação alta tem feito mal para o bolso do trabalhador também na hora de ser contratado. Levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostrou que apenas 12 profissões, de 140 das ocupações mais relevantes do mercado de trabalho formal, tiveram aumento real no salário médio de contratação no último ano.
O estudo avaliou o salário médio de admissão de 2.608 profissões tendo como base o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e centrou o estudo em 140 profissões que respondem por 72% das ocupações atuais do mercado de trabalho com carteira assinada no país.
O levantamento comparou a média salarial dos últimos 12 meses encerrados em maio à média dos 12 meses anteriores, e descontou a inflação de 11,9% medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE.
Salário médio de admissão subiu 6,3%, menos que a inflação
Segundo o estudo, embora o salário médio nominal de admissão tenha crescido 6,3% entre maio de 2021 e maio de 2022, esse avanço não compensou a perda média de poder de compra do salário do trabalhador, já que, descontada a inflação, a perda real foi de 5,6% no período.
Apenas 12 profissões conseguiram aumento real (ou seja, o salário aumentou de forma a superar a inflação).
No topo das profissões que tiveram o maior aumento real estão os médicos clínicos. O salário de contratação desses profissionais teve um ganho real de 35,6% acima da inflação em um ano, com salário médio de contratação de R$ 10.834.
Em segundo lugar estão os professores de nível médio no ensino fundamental, com ganho de 15,6% e salário médio de contratação de R$ 3.329.