Dados da pesquisa Datafolha que mediu a aprovação do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), na capital fluminense mostram que o chefe do Palácio Guanabara não é bem avaliado mesmo entre os simpatizantes do próprio partido. A maioria dos cariocas que tem preferência pelo PL considera que sua gestão é regular (43%), enquanto o percentual que a classifica como ruim ou péssima (34%) é maior do que o de ótimo ou bom (20%), conforme registra Caio Sartori, do O Globo.
Além de reforçar a conjuntura desfavorável para o governador na cidade, onde tem desempenho inferior ao do presidente Lula (PT), o dado ilustra como Castro não se encaixa totalmente na polarização entre petismo e bolsonarismo. Considerando a margem de erro de três pontos para mais ou para menos, a fatia de simpatizantes do PT que avalia sua gestão como ótima ou boa (14%) equivale à do PL.
No quadro geral, o governador tem 46% de avaliação ruim ou péssima na cidade, mais que o triplo dos 14% de positiva. São 36% os que veem seu governo como regular.
Desafios na capital
Castro sempre foi mais mal avaliado na capital do que fora dela, mas os números representam um baque se comparados ao resultado eleitoral de 2022. Enquanto no estado como um todo, o aliado de Jair Bolsonaro recebeu 58,7% dos votos — foi eleito no primeiro turno —, o percentual ficou em 49% na cidade, número também expressivo.
Cantor católico, Castro é mais mal avaliado entre católicos do que entre evangélicos. Apenas 12% dos adeptos da religião do governador consideram a gestão ótima ou boa, ante 20% de evangélicos. No percentual de ruim ou péssimo, os números são 46% e 34%, respectivamente.
Os recortes por escolaridade e renda também mostram diferenças. Castro é mais bem avaliado entre os menos escolarizados e mais pobres. Mas, mesmo nesses segmentos, a maioria ainda vê sua gestão negativamente.
Aliados do governador acreditam que melhorar a segurança pública é a principal chave para reverter o cenário. Há também os que dizem ser preciso aprimorar a comunicação do Guanabara e divulgar melhor o trabalho de Castro.
Uma forma de evidenciar a conjuntura desfavorável ao governador na capital passa por comparar a avaliação dele com a de Lula. O petista também não tem a cidade como reduto, mas registra 33% de ótimo ou bom — mais que o dobro do governador —, 27% de regular e 39% de ruim ou péssimo.
Se Castro não consegue fidelizar simpatizantes do PL, com Lula é diferente. A polarização partidária, neste caso, é nítida: entre os que citam o PT como sigla preferida, 64% veem seu governo como positivo.
Registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo RJ-06701/2024, a pesquisa Datafolha ouviu 840 eleitores cariocas entre os dias 2 e 4 de julho. O nível de confiança é de 95%.