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O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) - Ricardo Stuckert/Lula/Divulgação e Evaristo Sá/AFP
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sábado 25 de junho de 2022 às 07:07h

Datafolha: 20% dos eleitores voláteis de Lula e Bolsonaro admitem votar no rival

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A pergunta da pesquisa Datafolha sobre qual candidato teria a maior chance de receber o voto do entrevistado caso ele mude a opção atual traz a constatação de que 2 em cada 10 eleitores não convictos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) admitem migrar para o adversário.

A hipótese precisa ser relativizada porque a maior parte (em torno de 80%) dos eleitorados de ambos está muito segura da decisão, mas é simbólica porque sugere que, mesmo diante da batalha ideológica entre os dois favoritos, uma parcela da população passa ao largo dessa questão.

Lula arrebanha 47% das intenções de voto no primeiro turno, ante 28% de Bolsonaro.

A pesquisa mostra que 70% de todos os entrevistados afirmam já estarem totalmente convictos sobre seu voto na corrida presidencial.

Entre os eleitores de Lula, 79% declaram que estão plenamente decididos a continuar com ele. No caso de Bolsonaro, são 78%. Já Ciro Gomes (PDT) enfrenta um cenário adverso: a maior parte de seu eleitorado (66%) responde que ainda pode mudar de voto —e boa parte iria para o petista.

De maneira geral, o terceiro colocado em intenções de voto (8%) aparece como o presidenciável com maior chance de receber o apoio do eleitor na hipótese de revisão da decisão atual.

O ex-ministro é visto como alternativa por 22% dos entrevistados quando indagados sobre o nome predileto caso não votem naquele já escolhido. Nessa situação, ele pegaria votos de Lula (40%) e de Bolsonaro (26%).

Lula vem na sequência no ranking de segunda opção, com 18%, e Bolsonaro depois, com 14%.

Na cesta de votos que cada um dos dois líderes possui atualmente, existe uma parcela equivalente, de 21%, composta por eleitores volúveis, ou seja, ainda reticentes sobre a escolha e dispostos a mudar —transitando até mesmo para o campo antagônico.

Entre os que iriam para o petista, 18% vêm dessa base mutável de Bolsonaro, 44% da de Ciro e 46% da de André Janones (Avante).

Já entre os que caminhariam para o atual mandatário, 21% hoje declaram apoio a Lula, 12% estão com Ciro e 20% escolhem Simone Tebet (MDB).

A informação de que 44% dos votos não firmes de Ciro seriam canalizados para o ex-presidente no caso de os eleitores do pedetista alterarem sua decisão atual reforça o discurso de que a saída do ex-ministro da disputa aumentaria a possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno.

Em maio, a fatia dos que migrariam de Ciro para o candidato do PT era de 37%.

Apesar dos obstáculos, o ex-ministro refuta a hipótese de desistir da candidatura e diz acreditar em mudanças de conjuntura até a eleição. A retórica de sua campanha aposta na estratégia de tentar fazer o eleitor olhar para o lado e reconhecer outras opções além das consolidadas.

O Datafolha ouviu 2.556 eleitores em 181 cidades nesta quarta-feira (22) e quinta (23). A margem de erro da pesquisa, contratada pela Folha e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 09088/2022, é de dois pontos para mais ou menos.

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