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terça-feira 2 de março de 2021 às 12:50h

CVM vai investigar operação suspeita com ações da Petrobras

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula e fiscaliza o mercado de capitais, vai abrir investigação, conforme a coluna de Malu Gaspar, que para apurar quem lucrou milhões nas transações com opções de venda de ações da Petrobras, pouco antes da live em que o presidente Jair Bolsonaro anunciou que “alguma coisa” iria acontecer na petroleira. As negociações atípicas sugerem que houve uso de informação privilegiada.

Oficialmente, a CVM informa apenas que “acompanha e analisa informações e movimentações envolvendo companhias abertas, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário” e que não comenta casos específicos. Mas a coluna apurou que os técnicos da autarquia estão buscando informações tanto com a corretora que intermediou as operações como com a bolsa de valores, a B3, e se preparam para abrir uma investigação formal nos próximos dias.

No dia 18 de fevereiro, 4 milhões de opções de ação da companhia foram compradas em duas transações realizadas por intermédio de uma mesma corretora, a Tullet Prebon. A primeira aquisição ocorreu às 17h35m e a segunda, às 17h44m.

A primeira aquisição aconteceu vinte minutos depois do final de uma reunião do presidente da República, Jair Bolsonaro, com seis ministros, incluindo o das Minas e Energia, Bento Albuquerque, o da Infraestrutura, Tarcício Freitas, e o da Economia, Paulo Guedes, para discutir a alta dos combustíveis. Pouco mais de uma hora depois, as 19h, Bolsonaro começou sua live e afirmou: “o presidente da Petrobras falou que determinava o preço e não tinha nada que ver com os caminhoneiros, e isso tem uma consequência, obviamente”.

A partir daí, o investidor comum só teve prejuízo. Mas o comprador das opções agora sob suspeita lucrou milhões. 

Os papéis foram comprados por R$ 160 mil e podem ter rendido a quem vendeu até R$ 18 milhões de reais, segundo estimativas feitas com base nos dados públicos da bolsa de valores. A identidade dos compradores é protegida por sigilo. Só a CVM pode investigar o caso mais a fundo.

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