Comissão de Valores Mobiliários (CVM) buscou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para ter acesso a trechos da delação de Eike Batista, em citações que envolvam bancos. Segundo pessoas ligadas às tratativas, o tema que mais interessa ao órgão regulador do mercado de capitais são as revelações do empresário a respeito de um tipo de operação conhecida como “P-notes”, ligadas a seis instituições financeiras conforme a coluna de Bela Megale.
Para os investigadores, o esquema de funcionamento é similar ao de uma operação “dólar-cabo”, mas do mercado de ações. Na operação dólar-cabo, a pessoa entrega valores a um doleiro no Brasil e recebe o montante correspondente no exterior. Em sua delação, Eike revelou que comprava ações no Brasil e as vendia no exterior, sem se identificar. Com a manobra, conseguia fraudar ou manipular o mercado. No acordo, ele deu o nome de seis bancos envolvidos nesta ação irregular.
A avaliação de investigadores é que esse tipo de operação é uma “novidade” e abre uma frente de apuração que ainda não foi explorada pela CVM. A delação de Eike foi homologada em novembro do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).