A proposta para se criar uma turma de medicina para os assentados da reforma agrária na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), uma antiga reivindicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), vem provocando segundo a Lucas Ferraz, do Valor, reações de contrariedade na classe médica.
A ideia ganhou o apoio da reitoria da universidade, que anunciou oficialmente estar discutindo o tema. Houve conversas preliminares com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a respeito do assunto. Para prosseguir, a proposta precisa agora ser aprovada pela Escola de Medicina e pelos conselhos da UFPel.
O objetivo é abrir uma turma exclusiva para assentados por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que completou 25 anos e já foi responsável por formar pessoas do campo em diversas instituições federais em cursos como direito, agronomia e veterinária, entre outros.
A abertura de uma turma de medicina para esse público seria uma decisão inédita.
“A iniciativa é uma resposta a uma preocupação social em relação à saúde e ao acesso a médicos nas áreas rurais e entre as comunidades agrárias. A partir de demanda apresentada pelos movimentos sociais, e entendendo legítima, resolvemos assumi-la e trabalhar para concretizá-la”, afirmou ao Valor Isabela Andrade, reitora da UFPel.