Deputados que integram a cúpula da Câmara dos Deputados passaram a noite de ontem discutindo a prisão do deputado Daniel Silveira por determinação do ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Parlamentares avaliam que a prisão poderá abrir precedentes, mas temem também afronta à Corte. De acordo com a jornalista Andréia Sadi, ainda não há consenso sobre o que farão.
Nos bastidores, segundo o blog apurou, existe uma “preocupação” dos deputados em “proteger” a Casa ao não abrir precedentes para futuros casos de prisão de deputados decididas pelo Judiciário. Mas, ao mesmo tempo, os deputados não querem atrito com o Supremo Tribunal Federal, muito menos por causa de um deputado que, nas palavras de um líder que participa das negociações, “vive de atacar a democracia”.
Na avaliação de parlamentares da base governista, Silveira vem provocando o STF há algum tempo e, se a Corte decidir por unanimidade manter a prisão do deputado, ficará mais difícil para os deputados contrariarem uma decisão da maioria dos ministros do Supremo. Desta forma, avaliam deputados, ao invés de circunscrever a crise a um parlamentar, a “briga” passará a ser da Câmara contra o STF.
A Mesa da Câmara vai se reunir nesta tarde. Entre os líderes partidários, a expectativa é de que outros ministros do STF referendem a decisão do ministro Moraes. Avaliam que ele não teria tomado uma medida desse porte sem costurar com seus pares, para avaliação de todos posteriormente.
No Planalto, a ordem é não se envolver com a defesa de Silveira. Apesar de aliado de primeira hora do presidente Bolsonaro (sem partido), o deputado não conta, pelo menos até aqui, com nenhuma defesa pública do presidente nem de seus ministros. Motivo: o governo quer distância de brigas com STF e busca aproximação com ministros da Corte desde o ano passado.
Deputado federal é preso pela PF após ofensas aos ministros do STF