O prefeito afastado do Rio Marcelo Crivella chegou ao velório de sua mãe, Eris Bezerra Crivella, na cidade de Simão Pereira, em Minas Gerais, às 11h30 desta quarta-feira. Ao contrário do que disseram familiares que organizavam a cerimônia, Crivella não usou um helicóptero, e chegou dentro de um carro descaracterizado da Polícia Civil. Ao todo cinco agentes acompanhavam Crivella, que está em prisão domiciliar desde o último dia 23.
Abatido conforme o jornal O Globo, Crivella foi recebido por familiares que o aguardavam desde as 10 horas da manhã. A movimentação na capela do cemitério municipal da cidade de pouco mais de 2.500 habitantes chamava a atenção dos moradores do local. Alguns mais curiosos observavam de um ponto de ônibus próximo ao local do velório.
Crivella não falou com os jornalistas, que também não puderam acessar a área do velório e do cemitério. Segundo familiares, ele deve retornar ao Rio assim que sua mãe for sepultada no local, onde estão enterrados outros familiares. A cidade que faz divisa com o Rio é onde cresceram Eris e seu irmão, o bispo Edir Macedo.
‘QG da Propina’
Esta será a primeira aparição pública de Crivella, em seu penúltimo dia como prefeito do Rio, após ser preso no inquérito que ficou conhecido como o QG da Propina — um esquema de corrupção que acontecia dentro da prefeitura. Crivella foi afastado do cargo e deve se abster de realizar qualquer ato inerente à função.
O prefeito chegou a passar uma noite no presídio de Benfica, na Zona Norte, já que a decisão do STJ só aconteceu na noite do dia da prisão. Na denúncia apresentada contra Marcelo Crivella, o Ministério Público do Rio aponta que o prefeito seria o “vértice” da organização criminosa que ficou conhecida como “QG da propina”. Segundo os promotores, Crivella “orquestrava sob sua liderança pessoal” o esquema que tinha como objetivo “aliciar empresários para participação nos mais variados esquemas de corrupção, sempre com olhos voltados para a arrecadação de vantagens indevidas mediante promessas de contrapartidas”.