Críticas incisivas e reiteradas à imposição de medidas de distanciamento e isolamento social viraram uma das bandeiras do bolsonarismo mais radical ao longo da pandemia de coronavírus. Mas em relação ao Carnaval do ano que vem, essa ala mais “raiz” de apoiadores e o presidente querem segundo o portal Metrópoles, o cancelamento da festa, independentemente dos impactos econômicos, com as justificativas de evitar uma nova onda de contágio e de respeitar as vítimas da Covid-19.
Nesta última quinta-feira (25), Bolsonaro foi enfático, em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia: “Por mim, não teria Carnaval, mas tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), quem decide são os governadores e prefeitos”.
A tese do grupo foi explicada essa semana pelo senador por Rondônia Marcos Rogério (Dem), que ganhou notoriedade recente como integrante da tropa de choque do governo na CPI da Covid-19 no Senado.
“Os casos de Covid estão crescendo no exterior, mesmo em países que possuem um percentual elevado de vacinação”, começou ele. “Enquanto isso, se discute no Brasil a retomada do carnaval, uma festa muito popular, com grande aglomeração e nenhum controle sanitário. Será que vamos repetir o episódio de 2020, quando prefeitos e governadores realizaram festas de carnaval no país inteiro em meio a um cenário pandêmico e, na sequência, culparam o presidente Bolsonaro pela evolução dos casos da Covid-19?”, questionou o parlamentar.