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Lula em conversa com jornalistas em Abu Dhabi — Foto: JN
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domingo 16 de abril de 2023 às 13:46h

Críticas de Lula aos EUA geram forte incômodo diplomático em Washington

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As críticas disparadas pelo presidente Lula aos Estados Unidos em sua viagem à China causaram surpresa e forte contrariedade em Washington, diz o  blog de Gerson Camarotti, do g1. A passagem de Lula por Pequim foi acompanhada com atenção especial pela diplomacia americana. Há ainda desconforto com a fala de Lula responsabilizando também a Ucrânia pela invasão da Rússia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no final de sua visita a Pequim, cobrou dos Estados Unidos que “parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz” para encaminhar um acordo entre a Rússia e a Ucrânia.

“Não sabemos por que o presidente Lula escolheu criticar tanto os Estados Unidos na visita à China. O presidente Lula não criticou outros países quando esteve em Washington em janeiro”, enfatizou ao blog de Gerson Camarotti, uma fonte da diplomacia americana na manhã deste domingo (16).

Autoridades americanas se questionam se o propósito dos ataques foi o de agradar o governo da China. Lembram ainda que Lula fez uma boa visita aos Estados Unidos, em janeiro, e que o mandatário brasileiro tem boa relação com o presidente dos EUA, Joe Biden.

A diplomacia americana passou a recordar que os EUA avalizaram a democracia brasileira nos momentos mais difíceis: antes, durante e depois das eleições.

“Onde estavam a China e Rússia quando a democracia brasileira estava em perigo?”, questionou essa fonte da diplomacia americana para depois acrescentar: “Os Estados Unidos estavam defendendo o sistema eleitoral brasileiro, as instituições democráticas, o resultado das eleições e se posicionou depois do dia 8 de janeiro (quando teve tentativa de um golpe de estado)”.

Em Washington, também há forte contrariedade com as declarações de Lula sobre a Rússia e a Guerra na Ucrânia.

O presidente Lula voltou a responsabilizar neste domingo (16) também a Ucrânia pelo conflito que se arrasta no Leste Europeu há 13 meses.

A declaração foi feita em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde o líder brasileiro fechou acordos comerciais depois da viagem à China. Lula afirmou que a decisão pelo conflito foi tomada por dois países e defendeu a criação de um grupo para a paz.

“A Ucrânia foi a vítima. A Ucrânia foi invadida. Não dá para culpar a vítima. Sem culpar a vítima. Sem o apoio EUA e Europa, a Ucrânia não existiria. Os Estados Unidos defendem o direito da Ucrânia existir”, ressaltou essa forte da diplomacia americana, ressaltando que os comentários do presidente Lula e do assessor internacional e ex-chanceler Celso Amorim são unilaterais e não são construtivos.

“Não é verdade afirmar que os dois países têm responsabilidade pela guerra”, reforçou.

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