O tribunal que condenou Cristina Kirchner a seis anos de prisão afirmou que ela, enquanto presidente da Argentina entre 2007 e 2015, manteve “vínculos promíscuos e corruptos” com o empresário Lázaro Báez, beneficiário de licitações milionárias por obras públicas em Santa Cruz, na Patagônia.
Segundo os fundamentos da decisão, publicados nesta quinta-feira (9), “estamos diante de um ato de corrupção estatal que, como tal, mina a legitimidade das instituições públicas, mina a sociedade, a ordem moral e a justiça, bem como o desenvolvimento integral do povo.”
Em troca de contratos milionários, Báez teria reembolsado “os benefícios indevidamente obtidos” por meio de negócios com “as empresas familiares da ex-presidente”.
“A política pública que seu governo promoveu, anunciando um benefício sem precedentes para a extensa província patagônica [Santa Cruz], na verdade escondeu, como um cavalo de Troia, o orçamento indispensável para o desenvolvimento bem-sucedido do empreendimento criminoso e suas múltiplas arestas”, afirma o documento de mais de 1,6 mil páginas.
O empresário cumpre pena de 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro. Cristina, por sua vez, recorreu da sua sentença e ainda tem imunidade garantida pelo cargo de vice-presidente.