O ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, preso nessa segunda-feira (24) no âmbito das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, teria participado do planejamento dos crimes desde agosto de 2017. A informação foi citada segundo Kariny Leal, Alessandra Saraiva e Rafael Rosas, do Valor, pelo delegado Guilhermo Catramby, da Polícia Federal, em coletiva de imprensa sobre a operação que prendeu o investigado.
Catramby destacou que a delação premiada feita pelo ex-policial Élcio Queiroz – que dirigia o carro usado nos assassinatos – foi corroborada por provadas obtidas pela PF em investigações posteriores e apontam para a participação de Suel desde o planejamento.
“A partir das declarações [de Queiroz] conseguimos concatenar a versão com elementos de corroboração”, afirmou Catramby.
O delegado acrescentou que Suel também atuou no descarte do veículo utilizado no crime e até recentemente auxiliava na defesa de Queiroz e Ronnie Lessa, apontado como executor dos disparos que mataram Marielle e Anderson.
“O mais importante dessa primeira fase foi a corroboração. Revisitamos todas as provas, melhoramos e arcabouço probatório e a versão [dada por Queiroz na delação] foi corroborada com levantamentos. A versão que nos foi apresentada pelo colaborador foi confirmada de forma bastante taxativa”, disse Leandro Almada, superintendente regional da PF no Rio.
Interferência de agentes públicos no caso não é foco agora
A possível interferência de agentes públicos, nas investigações sobre o caso Marielle, não é foco no momento da Operação Élpis, informou Leandro Almada.
A primeira fase da operação foi deflagrada em parceria com o Ministério Público Estadual do Rio, no âmbito da investigação que apura, além dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
Segundo Almada, nesse momento, “até por uma questão de tempo”, os esforços das investigações estão concentrados “na autoria intelectual do crime”. “Estamos concentrando esforços nessa parte”, afirmou. “Isso [provável interferência de agentes públicos nas investigações] será tratado no momento devido”, afirmou.
No caso das investigações sobre autoria intelectual do crime, Costa detalhou que os esforços dos trabalhos dos investigadores é de buscar outras pessoas envolvidas no caso.