A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a disseminação de informações falsas em redes sociais e aplicativos de mensagens, a CPMI das fake News, ouvirá na quarta-feira (19) depoimentos dos proprietários da Yacows.
Lindolfo Alves Neto e Flávia Alves já haviam sido convocados pela CPMI, mas o depoimento deles ganhou importância maior depois que um ex-funcionário da empresa, Hans River Rio Nascimento, confirmou na 3ª feira, 11, que a empresa utilizava CPF’s, sem conhecimento dos titulares, para habilitar chips de celular.
A Comissão quer confrontar as versões de patrões e ex-empregado.
O depoimento de Hans, no entanto, não ficou marcado por essa informação, e sim pela declaração de que a jornalista Patrícia Campos Mello se insinuou sexualmente para ele em troca de informações sobre o trabalho da empresa.
“A meu ver, e no da sociedade brasileira, ele já cometeu um delito ao depreciar uma mulher na sua ausência, e nós não podemos ficar na CPMI sem fazer essas investigações e propor indiciamento daqueles que cometeram algum ato criminoso”, disse o presidente da CPMI, senador Angelo Coronel (PSD-BA).
O senador advertiu, no entanto, que no momento não há como haver qualquer punição a Hans River caso ele tenha mentido.
Segundo Coronel, isso teria sido possível se na hora do depoimento, dado sob juramento, houvesse sido comprovado que ele estava mentindo.
Nesse caso, Hans poderia até ter sido preso.
Agora, segundo o presidente da CPMI, caberá ao relatório final da CPMI trazer elementos que comprovem ou não se ele mentiu.
Caso isso realmente tenha acontecido, a CPMI proporá ao Ministério Público o indiciamento do ex-funcionário da Yacows.
O MP decidirá se aceita ou não.
Angelo Coronel ratificou que a CPMI continua à disposição da jornalista para que ela venha dar explicações sobre a reportagem que fez contando como a Yacows trabalhava.
Patrícia foi convidada no ano passado, mas, orientada por advogados, não aceitou vir.
Teles – Na quarta-feira (12) deputados e senadores da CPMI ouviram explicações de representantes das companhias telefônicas sobre os aspectos técnicos do envio de mensagens.
“Tecnicamente eles provaram aqui que não tem como (serem responsabilizados pela disseminação de fake news). Quem produz os conteúdos não são eles. Eles deram o exemplo dos Correios, que não sabem o conteúdo das correspondências. Eles, as telefônicas, levam as mensagens, mas não sabem o conteúdo dessas mensagens. Então nesse momento não vejo possibilidade de alguma punição às telefônicas”, disse Angelo Coronel.