Danilo Trento, convocado para depor nesta quinta-feira (23) à CPI da Covid, é tido por senadores da comissão como o elo da Precisa Medicamentos com políticos. Diretor institucional da farmacêutica, ele é sócio de outras empresas e já teve sua vida financeira devassada pela investigação.
A pedido do relator Renan Calheiros (MDB-AL), o Coaf identificou que Trento fez movimentações suspeitas, que chegaram a 2 milhões de reais por mês e foram incompatíveis com o seu faturamento.
As perguntas desta quinta deverão focar na relação de Trento com o sócio da Precisa, Francisco Maximiano, e com o lobista Marconny Faria, para quem ele teria enviado um passo-a-passo de como desclassificar duas empresas na licitação da venda de testes rápidos para Covid-19 ao Ministério da Saúde.
A iniciativa de convocá-lo foi do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em requerimento apresentado ainda no fim de junho. Desde então, a CPI só ampliou seu arsenal sobre a Precisa.
Mas os senadores podem enfrentar dificuldades por conta de uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, na noite desta quarta, que garantiu a Trento o direito de ser tratado como investigado e de não assinar termo de compromisso para dizer a verdade como testemunha, além de pode se calar sobre fatos que impliquem autoincriminação.