A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia de Covid-19 ouve o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten, nesta quarta-feira (12), às 9h30.
Wajngarten é o quinto depoente da CPI da Pandemia. Antes dele, a comissão ouviu os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o atual ministro Marcelo Queiroga e o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
O ex-secretário de Comunicação foi incluído no plano de trabalho da comissão após uma entrevista à revista “Veja”, em que Wajngarten responsabilizou o Ministério da Saúde pela demora na compra das vacinas contra a Covid-19 da Pfizer.
A entrevista foi citada em um dos requerimentos de convocação, o que foi apresentado pelo vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O segundo, apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), trata das campanhas publicitárias do governo sobre a pandemia.
No pedido feito por Vieira, o senador alega que o depoimento do ex-secretário pode esclarecer “todas as questões de publicidade e comunicação oficial do governo” durante a pandemia. Além disso, o parlamentar pretende explorar temas como “isolamento social, vacinação e emprego de medicamentos sem eficácia comprovada”.
Em seu requerimento, Randolfe Rodrigues cita trechos da entrevista de Wajngarten à “Veja” em que o ex-secretário “informa possuir e-mails, registros telefônicos, cópias de minutas do contrato, dentre outras provas para confirmar sua afirmação”.
A apuração do analista de política da CNN Caio Junqueira é a de que, diferentemente do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, Fabio Wajngarten não terá a assessoria jurídica da Advocacia-Geral da União (AGU) em seu depoimento. O ex-secretário deve ir à comissão acompanhado de um advogado pessoal.
Redes sociais
No entanto, segundo informações da âncora da CNN Daniela Lima, o plano dos integrantes da CPI é ir além dos fatos geradores da convocação de Wajngarten.
Senadores ouvidos pela CNN pretendem abordar, tanto com o ex-chefe da Secom quanto no depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, a atuação de grupos ligados ao governo nas redes sociais. A avaliação é a de que esses grupos têm peso na circulação de informações como a promoção da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19.
Para entender a relação de Wajngarten com esses grupos, cogita-se a quebra de sigilos do ex-secretário e a apreensão de telefones e computadores.
Em sua defesa, o ex-secretário de Comunicação da Presidência pretende apresentar uma carta de agradecimento da Pfizer por seu trabalho para que a farmacêutica fechasse um contrato com o governo brasileiro para o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. A informação é da analista da CNN, Thais Arbex.
De acordo com relatos, Wajngarten também pretende apresentar aos senadores uma linha do tempo de como se deu o seu contato com a farmacêutica.