Em sessão prevista para começar às 14h desta terça-feira, a CPI do MST votará seis requerimentos feitos por deputados que integram o colegiado. Do total de pedidos, quatro partiram de parlamentares da oposição e outros dois de governistas. Relator da CPI, Ricardo Salles (PL-SP) pediu a participação da Controladoria-Geral da União (CGU) no assessoramento dos deputados da CPI.
“No contexto da CPI, a CGU pode contribuir no sentido de identificar possíveis irregularidades e fraudes envolvendo órgãos públicos ou qualquer outra entidade que esteja relacionada com o tema investigado”, diz um trecho do requerimento.
Outro pedido, este de Gustavo Gayer (PL-GO), requer a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), para prestar depoimento à CPI. Pedido similar foi feito pelo deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), que pede um interrogatório com o ex-presidente do Incra, Geraldo Melo Filho.
Os governistas também apresentarão dois requerimentos: ambos solicitam a realização de reuniões para contextualizar e apresentar diagnóstico da situação agrária brasileira. Para isto, pedem a presença dos acadêmicos José Geraldo de Souza Junior e Raquel Rigotto.
A sessão também terá a leitura de um relatório feito em cima da primeira diligência da CPI do MST, realizada nesta segunda-feira em uma fazenda no interior de São Paulo. A deputada Caroline de Toni (PL-SC) postou um vídeo, no qual diz ter encontrado “um centro de doutrinação esquerdista em uma invasão de esquerda”. Assim como na semana de estreia, marcada por embates entre aliados do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tema deve acirrar os ânimos na comissão.
Como publicou o jornal O Globo, pressionado pelas primeiras derrotas sofridas na CPI do MST, colegiado dominado pela oposição, o governo montou uma estratégia que divide os seus representantes na comissão em diferentes núcleos de atuação: enfrentamento direto com a direita, elaboração de requerimentos e construção de um canal de diálogo com o relator, o deputado Ricardo Salles, integrante da bancada ruralista e ex-ministro de Jair Bolsonaro.
A necessidade de um plano ficou evidente na semana passada, quando foram aprovados convites para que dois ministros de Lula, Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), prestem esclarecimentos à CPI. A oposição também derrotou pedidos apresentados por governistas, que pretendiam colher informações sobre recursos públicos destinados ao agronegócio e sobre anistias a infrações e multas ambientais. A ausência de estratégia já provocou contratempos ao Planalto em outra comissão: integrantes da base já desistiram de participar da CPI dos Ataques Golpistas em função da falta de coordenação.