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Oposição quer convocar Ricardo Lewandowski, Flávio Dino e Carlos Fávaro para CPI do MST Nelson Jr./STF/ Governo do Maranhão/ Divulgação
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segunda-feira 22 de maio de 2023 às 13:54h

CPI do MST: oposição vai convocar ex-ministro do STF, líder do MST e Dino; veja lista

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Instalada na última quarta-feira, a CPI do MST começa com todo o vapor nesta semana. A oposição, que ocupa majoritariamente a maior parte do colegiado com 20 das 27 cadeiras, já protocolou conforme  Luísa Marzullo, do O Globo, requerimentos para que 17 pessoas sejam convocadas para depor. Entre elas, constam desde o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, até ministros do governo Lula (PT), como Flávio Dino (Justiça) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária). Em contrapartida, a base governista aposta em empresários do agronegócio acusados de desrespeitaram à demarcação de terras indígenas.

Além de Dino e Fávaro, o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) consta na lista do primeiro escalão que a oposição deseja levar à comissão. Na pasta de Teixeira, a diretora do departamento que media conflitos agrários também consta na lista de convocados.

A convocação de nomes como de Stédile e do ex-MST José Rainha — atual líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) — são disputados por parlamentares da oposição na CPI: o primeiro é alvo de quatro requerimento, contra três do segundo, respectivamente. Rodolfo Nogueira (PL-MS), Coronel Assis (União-MT) e Kim Kataguiri (União-SP) buscam aprovar a ida de Stédille para terem prioridade na hora de interrogar o convocado.

Entre os nomes solicitados pela oposição chama atenção o requerimento protocolado pelo titular do União Brasil Alfredo Gaspar (AL), que pede o depoimento do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandoswki. De acordo com o parlamentar, a convocação se justifica pela ida do então ministro a um evento promovido pelo MST em fevereiro deste ano. Na ocasião, Lewandoswki elogiou o movimento social e participou sobre uma mesa que debatia a atual crise da democracia.

Já Messias Donato (Republicanos-ES) pede para que dois ex-ministros do Desenvolvimento Agrário prestem esclarecimento sobre políticas agrárias em outros governos: Raul Jungmann, que esteve à frente da pasta entre 1999 e 2002, durante o segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e Miguel Soldatelli Rossetto, titular entre 2003 e 2006, no primeiro governo Lula.

O argumento de Donato é pautado no cenário de invasões que ocorreram ao longo desses dois mandatos. De acordo com o parlamentar, os ex-ministros devem esclarecer as “diferentes políticas de reforma agrária adotada pelo Governo Federal”.

A CPI que foi instalada para apurar as recentes invasões de terra durante o chamado “Abril Vermelho” tem uma minoria governista. No entanto, mesmo com apenas sete aliados titulares, os parlamentares protocolaram nesta segunda-feira pedidos para que onze pessoas compareçam ao colegiado.

O ex-secretário nacional de Assuntos Fundiários do governo de Jair Bolsonaro (PL) Nabhan Garcia é uma das maiores apostas. Ao longo de sua gestão, o aliado do ex-presidente recebeu críticas por reduzir a demarcação de terras indígenas e defender grilagem em latifúndios.

Em 2020, apoiou uma normativa da FUNAI que permitiu certificações e registros de fazendas no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) federal, dentro de terras indígenas (TIs) ainda não homologadas, última fase da demarcação que consiste no decreto presidencial.

O sócio da empresa de soja Bom Futuro, José Maria Bortoli, é outro nome que deve ser convocado por suposto desrespeito à demarcação de terras indígenas. Atualmente, o empresário do agro é acusado de sobrepor os limites de sua propriedade à reserva Enawenê-Nawê.

A base governista também articula a ida de nomes que possam defender o MST, como Siderlei de Oliveira, membro da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e de pesquisadores da área. Todos os nomes dependem de aprovação. Veja a lista da oposição e base governista.

Lista da oposição:

  1. João Pedro Stédile, líder do MST
  2. José Rainha; líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) e um dos fundadores do MST
  3. Flávio Dino, ministro da Justiça
  4. Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária
  5. Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário
  6. Cesar Fernando Schiavon Aldrighi, presidente do INCRA
  7. Claudia Maria Dadico, diretora do departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários do Ministério de Desenvolvimento Agrário
  8. Raul Jungmann, ministro do Desenvolvimento Agrário no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso
  9. Miguel Soldatelli Rossetto, ministro do Desenvolvimento Agrário no primeiro governo Lula
  10. Ricardo Lewandoswki, ex-ministro do STF
  11. Ivan Xavier, integrante do MST
  12. Nelcilene Ramos, ex-integrante do MST
  13. Marcos Antonio ‘Marrom’ da Silva; coordenador da Frente Nacional de Luta (FNL)
  14. Kelli Cristine de Oliveira Mafort, Secretária Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas – SNDS/SG/PR e ex-coordenadora nacional do MST
  15. Claudio Ribeiro Passos, líder da FNL
  16. Luciano de Lima, líder da FNL
  17. João Paulo Rodrigues, líder do MST

Empresários:

  • Walner Júnio, Luiz Bueno e Leonardo Mercante (Suzano)
  • Presidente Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá e a chefe-geral da unidade de Petrolina Maria Auxiliadora Coêlho de Lima (EMBRAPA).

Veja lista da base governista:

  1. Luana Carvalho, da Direção Nacional do MST
  2. Siderlei de Oliveira, membro da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
  3. José Maria Bortoli, sócio da empresa de soja Bom Futuro
  4. Renato Eugenio de Rezende Barbosa, da empresa de cana-de-açúcar Campanário S/A
  5. Nabhan Garcia, ex-secretário nacional de Assuntos Fundiários
  6. Ela Wiecko, pesquisadora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília
  7. Deborah Duprat, especialista do Ministério Público Federal
  8. Carlos Frederico Marés, doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná
  9. Raquel Rigotto, especialista
  10. José Geraldo de Souza Junior, graduado em Ciências Jurídicas e Sociais

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