O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o deputado federal Paulão (PT-AL) se desentenderam no encerramento da reunião desta quarta-feira (31) da CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) na Câmara dos Deputados.
A discussão teve início quando o parlamentar petista afirmou que Caiado havia sido “infeliz quando generalizou que o MST é uma organização criminosa”. O governador, que havia sido convidado para tratar da ação estadual nas invasões de terra, chamou o parlamentar de “mentiroso” e ainda exigiu respeito e o mandou ficar calado.
“O governador foi infeliz quando generalizou que o MST é uma organização criminosa. O senhor mesmo falou que generalizar não é prudencial”, disse.
Paulão ainda seguiu afirmando que o governador tinha ligações com Alexandre Negrão, fundador da Medley, além do ex-senador Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira
“A deputada Sâmia [Bomfim] fez uma fala de um grande empresário da indústria química doador da sua campanha [Alexandre Negrão] e indiciado na CPI do Narcotráfico, isso aí não dá direito de fazer um nexo causal com vossa excelência. Aí, uma declaração do ex-senador Demóstenes Torres, que o senhor conhece bem, que disse que por 3 vezes o bicheiro Carlinhos Cachoeira financiou sua campanha. Isso também é motivo de debate nesta Casa. Por isso, a gente não pode fazer esse debate. O debate é o mérito da questão agrária”, afirmou.
Ronaldo Caiado, então, rebateu e passou a defender Negrão, falecido há poucos dias. O governador ainda classificou o debate como “muito perigoso”.
“Eu realmente aprendi na Casa que quando a gente faz, a gente nomina, quando sai do debate do CNPJ e vai para o CPF é muito perigoso. Até porque eu acabo de receber dos familiares do Xandy Negrão que nunca na vida teve qualquer ação contra ele. Ele foi chamado para fazer um depoimento, mas nunca teve condenação judicial. Esse é o pior pela linha de raciocínio de Vossa Excelência, Vossa Excelência é advogado, julgamento inquisitivo é algo deprimente. Dizer que esse cidadão está envolvido no narcotráfico, sendo que não tem nenhuma condenação judicial e no meu estado ele é um empresário que tem lá referência como sendo o melhor pecuarista que já instalou, com todo respeito ao meio ambiente. Você atacar a honra de uma pessoa que já faleceu, nem direito ele tem de se defender”, disse.
Em um tom mais acalorado, Caiado exigiu respeito do petista, que tentava interromper a fala do governador, e disse ao deputado para ficar “calado”.
“Vossa Excelência precisa ter mais respeito para comigo. Exijo respeito de Vossa Excelência. Eu nunca me dirigi a Vossa Excelência de maneira desairosa. Vossa Excelência calado porque estou falando agora. Você sabe que estou lhe respondendo. Ligação com Carlinho Cachoeira é você que não tem argumento para discutir. Rapaz, deixa de ser bobo”, afirmou.
“Você veio para a pessoa física. Vem com ilações, calúnias e mentiras. Carlinhos Cachoeira é relação sua, financiou o PT de Goiás. Nunca tive ligação com bandido. É mentira. Você é um mentiroso. Você aqui não tem moral para se dirigir a mim. Não entre no CPF da pessoa. Você não me conhece, não sou da sua laia, não participo das suas bandalheiras. Eu derrubei as facções suas, derrubei a bandidagem toda. Por isso que eu ando blindado, quem anda com carro livre no município e no seu estado é conivente com a bandalheira”, acrescentou Caiado.