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sábado 16 de setembro de 2023 às 17:45h

CPI desmarca depoimento de Braga Netto e ouvirá assessor envolvido no caso das joias na terça

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A CPI dos atos o 8 de janeiro, desmarcou segundo Vinícius Cassela, portal g1, o depoimento do general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro, que estava agendado para a próxima terça-feira (19).

Em substituição, a CPI confirmou a presença de Osmar Crivelatti, ex-assessor da presidência e atual integrante da equipe de apoio de Jair Bolsonaro.

O g1 entrou em contato com a assessoria do presidente da CPI, Arthur Maia (União-BA), para saber o porquê da mudança e quando Braga Netto será ouvido, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

De Braga Netto, os parlamentares da CPI querem respostas sobre o suposto envolvimento de militares em ações contra o sistema eleitoral. Ele também deve ser questionado sobre a operação da Polícia Federal, realizada nessa semana, que apura irregularidades em contratos do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, que era chefiado pelo general, em 2018.

Quem é Crivelatti?

A trajetória de Crivelatti na presidência da República começou em junho de 2019. A indicação do nome é atribuída ao general da reserva Villas Bôas, ex-comandante do Exército, a quem Bolsonaro já agradeceu por fazer parte de sua caminhada ao Palácio do Planalto.

Aos poucos, Crivelatti ganhou a confiança de Bolsonaro e passou a fazer parte de viagens internacionais, como China e Itália. É Crivelatti quem cuida das armas pessoais de Bolsonaro, por exemplo.

Quando Bolsonaro perdeu a eleição, Crivelatti foi aos Estados Unidos preparar a chegada do chefe em Orlando. E em 1º de janeiro de 2023 foi nomeado integrante da equipe de apoio a Bolsonaro, mesmo sendo um militar da ativa.

A partir da prisão de Mauro Cid, tornou-se o mais próximo assessor do ex-presidente.

Em nota, a relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que a oitiva de Crivelatti é “essencial” para esclarecer “lacunas” nas investigações que estão sendo feitas pela CPI.

“”Osmar Crivelatti é uma figura muito ligada a Mauro Cid, esse depoimento é interessante agora porque vem na sequência do general Dutra que deixou diversas lacunas após sua oitiva na comissão. Quando Bolsonaro perdeu a eleição, o militar foi aos Estados Unidos preparar a chegada do ex-presidente. Essenciais seus esclarecimentos para nossas investigações”, afirmou.

Joias sauditas

Crivelatti se envolveu no caso da tentativa de venda de um relógio de luxo recebido por Jair Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita, em 30 de outubro de 2019.

O presente, foi dado pelo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdul-aziz, e era composto por um relógio Rolex modelo Oyster Perpetual Day-Date em ouro branco cravejado em diamantes e com mostrador em madrepérola branca, também com diamantes. Além de uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um rosário islâmico.

Foi o ex-ajudante de ordem que assinou, em 6 de junho de 2022, a retirada do Rolex, do acervo de presentes oficiais do gabinete-adjunto de Documentação Histórica do Palácio do Planalto.

No mesmo dia, Mauro Cid trocou e-mails em inglês para tratar de uma possível venda do Rolex por US$ 60 mil (mais de R$ 291 mil).

Depósitos Michelle Bolsonaro

Crivelatti também é um dos ex-ajudantes de ordem que tinham em seus e-mails comprovantes de depósitos em dinheiro feitos à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Ao todo, foram identificados R$ 60 mil em 45 comprovantes.

Os depósitos foram realizados com dinheiro vivo, em envelopes, o que dificulta a identificação da origem dos recursos.

Eles faziam as transferências, escaneavam os comprovantes e enviavam para os próprios e-mails funcionais. Oito desses e-mails estavam na pasta de mensagens excluídas.

Em todos os casos em que os valores foram fracionados, os depósitos foram feitos com diferenças de minutos. Ou seja, ao invés de fazer um único depósito de R$ 7,7 mil, por exemplo, quem quer que tenha feito o depósito preferiu dividir o valor em oito depósitos de valores que variavam entre R$ 800 e R$ 900.

Em investigações anteriores, este modelo de depósitos foi tratado pela PF como indício de tentativa de burlar possíveis investigações e sinal de que o dinheiro pode ter origem irregular.

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