A CPI da Covid enviou um ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, pedindo conforme a coluna de Bela Megale no O Globo, que um procurador da sua equipe seja destacado “com urgência” para auxiliar os senadores na investigação, em especial na análise de documentos e quebras de sigilo.
A comissão já tem contado com auxílio da Polícia Federal, Receita Federal e Tribunal de Contas da União, mas até agora não tem ninguém do Ministério Público Federal. Essa equipe técnica permitirá o aprofundamento das suspeitas de corrupção e demais irregularidades envolvendo a atuação do governo Bolsonaro na pandemia.
No documento, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pede que o procurador destacado seja Aldo de Campos Costa. Um dos integrantes da assessoria técnica da Procuradoria-Geral da República (PGR) na área criminal, Costa atuou em casos como a investigação envolvendo os ataques do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) ao Supremo Tribunal Federal e também no acordo de não persecução penal no qual o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, admitiu crime de caixa dois e pagou multa para encerrar o processo.
Em outro caso, Costa determinou o arquivamento de uma representação à PGR contra o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) que o acusava do crime de desobediência por ter faltado a um depoimento. O procurador apontou que Flávio seria ouvido como testemunha e, por isso, tinha direito à prerrogativa parlamentar de escolher dia e hora para ser ouvido.
No passado, ainda como advogado, Costa trabalhou em CPIs famosas como a dos Correios, que resultou no escândalo do mensalão. Ele defendeu uma sócia do publicitário Duda Mendonça.
A CPI da Covid também deve ganhar nesta semana um novo reforço da Polícia Federal para auxiliar na frente de investigação sobre divulgação de notícias falsas relacionadas à pandemia.