Apontado como nome preferido de Jair Bolsonaro para comandar a Polícia Federal, o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, tem telefonado com frequência para Maurício Valeixo, exonerado na última sexta-feira (24) pelo presidente. Com a aproximação do ex-diretor-geral, Ramagem busca apaziguar os ânimos na instituição.
A PF está em alerta após o agora ex-ministro Sergio Moro revelar, em seu discurso de demissão, que Bolsonaro quer intervir diretamente no órgão colocando no comando da PF um nome de sua confiança.
A pessoas próximas, Valeixo disse conforme a colunista Bela Megale, que irá colaborar com Ramagem e que seu objetivo é fazer a transição “mais tranquila e serena possível”, para não gerar instabilidade no órgão, principalmente em meio à pandemia do coronavírus. Valeixo tem dito que esse “é seu dever como servidor público”.
Segundo policiais, Valeixo tem uma boa relação com Ramagem e chegou a nomeá-lo para assumir a superintendência da PF no Ceará. Ele acabou não assumindo o cargo, porque foi convidado pelo governo Bolsonaro para chefiar a Abin.
Mais uma vez, Valeixo repetiu a amigos que “não tem apego ao cargo” e que as pressões para tirá-lo da cadeira já tinham lhe cansado.
Até sexta-feira (24), estava certo que Ramagem assumiria o posto. Hoje, porém, o governo passou a repensar sua nomeação por avaliar que pessoas ligadas diretamente a Bolsonaro e seus filhos podem trazer mais desgates ao Palácio.