Cotado para presidir o PSDB a partir do mês que vem, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo disse conforme Fábio Zanini,, da coluna Painel, que o partido precisa ter uma atitude clara de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defende que o foco dos tucanos esteja na defesa da redução de gastos públicos.
“Gasto público é como cortar unha, tem que cortar todo dia”, diz Perillo ao Painel. Entre os pontos que ele critica está o fato de o país ter hoje quase 40 ministérios.
“Temos de ter um foco fortíssimo na gestão. Já estamos vendo, por exemplo, propostas de furar o arcabouço fiscal”, afirma.
O problema da gestão Lula, diz o ex-governador, é o embate permanente entre o Ministério da Fazenda, que busca zerar o déficit fiscal, e uma orientação que começa no próprio Lula para aumentar os gastos.
“Vejo o [Fernando] Haddad numa luta para equilibrar o orçamento, mas também vejo as portas do governo muito arreganhadas no gasto”, afirma.
Filiado ao PSDB há 28 anos, partido pelo qual exerceu os cargos de governador, senador e deputado federal, Perillo é o nome que vem sendo costurado por ao menos dez diretórios estaduais para substituir Eduardo Leite na presidência do partido após 30 de novembro, quando os tucanos farão uma convenção nacional.
Governador do Rio Grande do Sul, Leite decidiu abrir mão do cargo e se concentrar na gestão estadual. Sua saída deve abrir caminho para o partido ter uma atitude mais incisiva de oposição.
“Tem que ter uma postura nítida, clara, de oposição. Mas o PSDB jamais fez oposição pela oposição”, diz Perillo.
O partido, afirma o ex-governador, tem de se preparar para ter candidato a presidente em 2026, que, em sua opinião, deve ser Leite.
“A decisão de não ter candidatura própria no ano passado foi muito ruim, foi um erro grave. O partido terá candidato em 2026. Eduardo Leite é o nome, não há outro”, declara.
Para fortalecer o partido, diz Perillo, é importante trazer de volta quadros que deixaram a legenda e investir em ações para atrair jovens.
“Tem uma geração que não conhece o legado do PSDB, do Plano Real, das privatizações que deram certo. Temos que ter sangue novo”, afirma, citando temas como inclusão digital, ciência e tecnologia como prioritários para o PSDB no futuro.