Federação e sindicatos de servidores dos Correios ameaçam uma greve geral por tempo indeterminado. A razão é que a direção da empresa, que está na lista de “privatizáveis” do governo, se negou a prorrogar acordo coletivo com os empregados.
O general Floriano Peixoto, que preside a ECT, informou ao TST que uma solução consensual “está completamente esvaziada”.
Floriano Peixoto informou na revista Veja neste sábado (30), que não há como a empresa pagar o atendimento médico-hospitalar de pais e mães de empregados beneficiados pelo plano de saúde e que estão em situação de urgência e emergência. Informou que apenas este custo seria de meio bilhão de reais por ano, que representam 2,6% do seu faturamento bruto.
Na petição ao tribunal, o presidente da ECT, relata uma situação caótica da empresa, argumentos que têm sido usados a favor da venda da estatal. O custo anual com cláusulas trabalhistas, segundo o general, é de 700 milhões. Ele inseriu até custo com carteiro com motocicleta, de R$ 10 mil, enquanto o serviço similar na iniciativa privada é de R$ 2,5 mil.
Diz ainda o general que dos 5.570 municípios onde os Correios atuam, apenas 324 dão lucro.
“Há absoluta necessidade de redução dos custos da folha da ECT, sem a qual não é possível a continuidade do exercício da missão da prestação de serviço mensal”. – escreveu o general ao TST.
A federação da categoria, após videoconferência com sindicatos, decidiram marcar assembleias em 10 de setembro para deliberar sobre greve geral à partir das 22hs desse dia.
“Vale ressaltar que a federação demonstrou durante todo processo de negociação responsabilidade e disposição de esgotar todos os canais de negociação, mas devido a intransigência da direção da empresa e do governo federal em se recusar a retomar as negociações e pelo fato de a categoria estar sem acordo a partir de 01/09/2019, orientamos os trabalhadores pela aprovação da greve por tempo indeterminado” – diz nota da Findect.