A Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo marcou para esta sexta-feira (27) a análise de um pedido de cassação do mandato da vereadora Luana Alves (PSOL), acusada de quebra de decoro parlamentar e calúnia contra a vereadora Rute Costa (PL).
O pedido foi protocolado em junho por vereadores da legenda de Rute, após a discussão entre as parlamentares sobre a presença de crianças na Parada do Orgulho LGBT+, ocorrida no dia 2 daquele mês.
“O que é orgulho para uns é tristeza para outros. No domingo, houve passeata na Paulista, e eu vi com muita tristeza crianças sendo levadas pela mão, no meio daquele movimento”, disse Rute na tribuna; depois, a vereadora pediu que autoridades públicas e o Conselho Tutelar se posicionassem sobre o tema. “As pessoas são livres para fazer da vida delas o que quiserem, mas utilizar a infância, isso para mim é infame e covarde”, completou.
A vereadora do PSOL, que se declara bissexual e é casada com uma mulher, rebateu as falas da colega, classificando-as como um “absurdo”, “muito grave” e dizendo que contribuíam com a LGBTfobia.
“Se vossa excelência for ao Conselho Tutelar questionar pessoas que levaram seus filhos para a Parada LGBT+, que é direito delas, Vossa Excelência vai responder criminalmente. É isso o que vai acontecer”, declarou Luana.
Na denúncia oferecida, a bancada da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara Municipal diz que a parada é espaço de “grande circulação de bebidas alcoólicas, uso de drogas ilícitas, desnudes, venda de produtos eróticos, sexualização e erotização” e, por esse motivo, não seria local adequado para crianças.
O documento também afirma que as falas de Rute não desrespeitaram ou fizeram “referência às escolhas sexuais ou às identidades de gênero dos adultos presentes no referido movimento”.
“Diante do exposto, as falas da representada em face da representante vereadora Rute Costa possuem caráter acusatório e calunioso, por imputar inveridicamente que as falas proferidas pela parlamentar eram transfóbicas”, diz o partido.
A Corregedoria é composta por sete vereadores e tem como presidente Rubinho Nunes (União Brasil). Caso a denúncia seja aceita, um relator será designado para emitir um parecer recomendando a continuidade ou o arquivamento da representação. Na sequência, Luana apresentará sua defesa para, então, ser marcada uma sessão para votação.
Nas suas redes sociais, a vereadora psolista afirma apenas ter dito “a uma vereadora bolsonarista que LGBTfobia é crime”.