Depois de ouvir o ex-ministro da Justiça Anderson Torres sobre a “minuta do golpe”, o corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Benedito Gonçalves, incluiu na ação que apura a reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores mais cinco novos depoimentos. As diligências devem diminuir a possibilidade de que o caso seja julgado antes de maio, quando o ministro Ricardo Lewandowski se aposenta.
Gonçalves atendeu a um pedido da defesa de Bolsonaro e determinou que sejam ouvidos o deputado federal Filipe Barros (PL-PR), o ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO); os jornalistas Guilherme Fiuza e Augusto Nunes; e a comentarista política Ana Paula Henkel.
A defesa de Bolsonaro trabalha segundo o jornal O Globo, para empurrar para o segundo semestre o julgamento da aije dos embaixadores. Ao longo dos próximos meses, além da saída de Lewandowski haverá mudanças na composição da Corte que podem beneficiar o ex-presidente.
As oitivas vão acontecer no próximo dia 27, por designação do próprio ministro. Na semana passada, outros três depoimentos foram realizados, mas por solicitação do corregedor. Entre eles está o de Torres, que chamou a minuta do golpe de “lixo” e “texto folclórico”.
Proposta pelo PDT em agosto do ano passado, a ação de investigação eleitoral é considerada a mais avançada entre as 16 que tramitam na Corte contra Bolsonaro. Nesse caso, Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
A realização de novas diligências por parte do TSE é vista internamente como uma forma de blindar o caso de eventuais alegações de que o processo não estaria devidamente instruído. O alongamento do prazo para que a ação seja julgada frustra as expectativas de integrantes do PT, que preferia que o caso fosse julgado com a presença de Lewandowski na composição. Com a saída dele, a vaga será ocupada por Nunes Marques.