O senador baiano Angelo Coronel (PSD) disse na segunda-feira (16) que pretende retomar as sessões da CPMI das fake news em setembro, quando, segundo ele, devem ser encerrados os trabalhos da CPI da Pandemia, no Senado.
Coronel, que preside a CPMI, se reuniu com a relatora da Comissão, deputado federal também da Bahia, Lídice da Mata (PSB).
Os dois acertaram a volta aos trabalhos, e o senador pretende se encontrar o quanto antes com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para acertar a retomada da CPMI.
De acordo com Coronel, a intenção do presidente da casa é que todas as comissões do Senado também voltem após o encerramento da CPI da Pandemia.
O senador baiano faz ressalva em relação à segurança sanitária, principalmente por causa da variante delta do Covid, mas havendo condições, ele pretende retomar os trabalhos ouvindo convocados e convidados da CPMI, cujos requerimentos para comparecerem à Comissão haviam sido aprovados antes da interrupção dos trabalhos, em março de 2020.
Entre convocados e convidados estão representantes das plataformas, como Google, e redes sociais, como Facebook e Twitter (é bom lembrar que quando a pessoa é convocada, ela é obrigada a comparecer à CPMI).
Na lista para serem ouvidos por senadores e deputados, estão assessores do Palácio do Planalto, como Tércio Thomaz (acusado por parlamentares da oposição ao governo de pertencer ao chamado gabinete do ódio) e empresários suspeitos de fomentarem redes de fake news, como Luciano Hang e Otávio Fakhoury.
Angelo Coronel garantiu que, quando voltar, a CPMI prosseguirá trabalhando em seus quatro pilares de investigação: ataques cibernéticos contra a democracia e debate público, cyber bullying, aliciamento de crianças para cometer crimes como suicídio e utilização de perfis falsos nas eleições de 2018.
Em relação a este último tópico, Coronel adianta que “Nós não vamos focar em 2018. Em minha opinião, 2018 é matéria vencida. Nós temos que pensar em proteger (as redes) para que tenhamos eleições em 2022 sem influência financeira comprando disparos”.
O senador também deseja que a comissão convide artistas, como Caetano Veloso e Carolina Dieckmann, que foram vítimas de fake News. “Para eles falarem da experiência de que foram vítimas, quando fake News nem estava na moda. Como as fake News estão na sociedade como um todo, já tem um apelo maior. Então é importante que as pessoas ouçam os depoimentos dessas pessoas que foram vítimas para tomarem cuidados e não serem vítimas no futuro”, explicou o presidente da CPMI.
Quando retornar, a CPMI terá 204 dias para trabalhar, isso porque quando as sessões das comissões foram suspensas por causa da Pandemia, em março de 2020, ela ainda estava em seu prazo original, e em seguida Angelo Coronel conseguiu que o prazo fosse prorrogado por mais 180 dias.