A Europa iniciou este mês de março com o coronavírus como uma das principais preocupações. Nesta segunda-feira (2), a Comissão Europeia, que exerce o poder político na União Europeia, decretou emergência de alto risco no continente, elevando o nível que, até a sexta, era apenas “moderado”.
Segundo publicou a revista Fórum, durante o fim de semana, sete novos países passaram a registrar casos de Covid-19, e alguns como Espanha e França, assim como a Itália, passaram das centenas de casos. Em todo o bloco europeu, até o momento, já se confirmaram oficialmente cerca de 2,1 mil casos, com 38 vítimas fatais.
A presidenta da Comissão Europeia, a diplomata alemã Ursula von der Leyen, declarou que “o ECDC (sigla em inglês do Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças), anunciou hoje que o nível de risco se elevou `moderado´ a `alto´, e com isso queremos dizer que as pessoas devem estar alertas, não devem entrar em pânico, mas sim saber que a situação requer tomar cuidados adicionais”.
Contudo, a Comissão disse considerar que ainda não há razão para decretar medidas mais duras, como o restabelecimento de controles fronteiriços entre os países do bloco.
Enquanto isso, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) anunciou, também nesta segunda, uma redução em sua previsão para o crescimento global em 2020 em 0,5 ponto porcentual, baixando de 2,9% para 2,4% – o nível mais baixo desde 2009.
O pessimismo na entidade apenas começou a crescer, e algumas vozes já consideram que o PIB mundial poder ser negativo neste primeiro trimestre, o que poderia fazer a projeção cair ainda mais, para 1,5% no balanço final de 2020.
Segundo o comunicado da OCDE, a contração da economia chinesa é o fator que mais tem afetado os índices nos últimos dias, e também o que podem modificar as projeções para os próximos meses. “Os governos precisam agir com rapidez e força para superar o coronavírus e seu impacto econômico”, alerta a entidade.
A respeito do Brasil, a OCDE diz que prevê impactos negativos da epidemia sobre as exportações – e considerou o mesmo pessimismo a todos os países exportadores de commodities –, mas manteve, ao menos por enquanto uma projeção de crescimento do PIB brasileiro em 1,7% para 2020.
“Estímulos monetários ajudarão a economia a restaurar a confiança, embora o impacto de recentes e esperadas mudanças nas taxas de juros de países desenvolvidos deve ser modesto”, recomendou a OCDE, aos países exportadores de commodities, e citou especificamente o Brasil e a Índia para defender a necessidade de uma política fiscal mais rígida nos países emergentes, embora citando também um fortalecimento dos programas de assistência a setores sociais de baixa renda.