A 28ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, terminou nesta quarta-feira (13) com a última versão do acordo negociado entre 195 países.
O novo texto propõe que um avanço na transição energética, mas deixa de fora a expressão “phase out”, que seria usada no sentido de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta — ideia que não agradou os ambientalistas.
Mais de 100 países tentaram fazer um lobby para eliminar gradualmente o uso de petróleo, gás e carvão.
Porém, eles encontraram forte oposição da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderado pela Arábia Saudita, que argumentou que o mundo pode reduzir emissões sem evitar a eliminação de combustíveis específicos.
O grupo controla quase 80% das reservas de petróleo do mundo — e os seus governos dependem fortemente dessas receitas.
O novo acordo apela especificamente à “transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de uma forma justa, ordenada e equitativa… de modo a atingir o zero líquido até 2050, de acordo com a ciência”.
Além disso, propõe que seja triplicada a capacidade de energia renovável a nível mundial até 2030. A medida visa reduzir a utilização de carvão, ao mesmo tempo que busca acelerar o uso de tecnologias para captura e armazenamento de carbono.
Com o acordo foi alcançado, os países são responsáveis por cumprir os acordos através de políticas e investimentos nacionais.
O presidente da COP 28, Sultan Al Jaber, chamou o acordo de “histórico”, mas acrescentou que o seu verdadeiro sucesso estaria na sua implementação.
“Somos o que fazemos, não o que dizemos”, disse Al Jaber. “Devemos tomar as medidas necessárias para transformar este acordo em ações tangíveis”.
Vários países também aplaudiram o acordo por ter conseguido algo difícil em décadas de negociações sobre o clima.
“É a primeira vez que o mundo se une em torno de um texto tão claro sobre a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Espen Barth Eide. “Tem sido o elefante na sala. Finalmente abordamos isso de frente.”