A Sudene coordenou, na tarde desta última (30), o grupo de Trabalho “Oportunidades do Nordeste na Era Digital”, que fez parte da Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados, organizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O debate destacou a importância de pesquisas e ações no Nordeste em diversos segmentos visando a promoção do desenvolvimento regional, considerando a inovação e tecnologia na governança e no papel das instituições frente aos desafios sociais, ambientais e econômicos.
A doutora em Estatística e servidora da Sudene, Gabriela Nascimento, apresentou o papel da Sudene na promoção do desenvolvimento regional, destacando os seus instrumentos de ação. Entre eles, a técnica destacou o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), que norteia o planejamento da área de atuação da autarquia e tem a inovação como eixo central. O PRDNE conta 21 programas, 98 ações estratégicas e 622 projetos, que estão integrados com o Plano Plurianual 2024-2027.
Também foi destacada pela técnica da Sudene a importância da aproximação da autarquia com o IBGE para transformar o Nordeste em protagonista de ações de desenvolvimento regional na era digital. O acordo de cooperação firmado entre as instituições inclui a disponibilização de informações com recortes regionais, além da qualificação das equipes técnicas e construção de indicadores que utilizem territórios estratégicos para o desenvolvimento do Nordeste, especialmente o semiárido e o bioma da caatinga.
A participação (online) da economista Tânia Bacelar foi marcada por uma visão geral das oportunidades do Nordeste no momento de mudança de era. “Lembro que além da passagem para a era digital, há outras mudanças de semelhante capacidade de disrupção, em especial a que responde a crise climática e impõe ao mundo uma outra maneira de promover o desenvolvimento”, pontuou. Ao focar na era digital, Tânia Bacelar enfatizou que o Nordeste abriga, no Recife, um ecossistema de tecnologia, de informação e comunicação, que é referência do Brasil – o Porto Digital, o que mostra “nossa capacidade de ousar no enfrentamento de desafios disruptivos”. Já o Ceará, continuou, propôs executar o cinturão digital que, posteriormente, foi transformado em cinturão regional pelo Consórcio Nordeste. “Sem priorizar esse tipo de investimento, vamos construir uma outra desigualdade, a do acesso à era digital”, ratificou.
Outro ponto destacado por Tânia diz respeito à posição de liderança da Região Nordestina em relação à produção de energias limpas e sustentáveis. Para a economista, uma oportunidade que o Nordeste não pode deixar em segundo plano é a da produção de bens industriais que são necessários para o setor de energia sustentável. “O Nordeste não pode perder a chance de adensar a sua base industrial, ao invés de mais uma vez ser um mero produtor de commodities”. Entre os desafios para a nova era, Tânia enfatiza que “os padrões de produtividade da economia regional precisam ser elevados e adequados aos requisitos de um novo modelo de desenvolvimento”, com uma visão estratégica focada na inovação.
Também marcaram presença no GT 8 Alfredo José Pessoa de Oliveira, Presidente do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE); Ana Cristina de Almeida Fernandes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), também no formato online; e Paulo de Martino Jannuzzi, coordenador geral da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE).
O evento segue até a próxima sexta-feira (2). No final da conferência, será apresentado um relatório consolidado por tema dos grupos de trabalho. Além de discutir os riscos e oportunidades de governança na Era Digital, a conferência trata da consolidação do Sistema Nacional de Geociências, Estatística e Dados (SINGED).