Depois de quase dez anos, o Tribunal de Contas da União decidiu punir um ex-secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça responsável pela assinatura de um contrato de 86 milhões de reais entre o órgão e a empresa de informática Oracle.
O contrato tinha segundo a revista Veja, como objetivo a compra de uma rede de dados para colocar de pé um serviço de unificação de informações processuais. Mas, segundo o tribunal, gerou “evidente desperdício de dinheiro público” por ter sido feito de maneira “direcionada” e “açodada”.
Em decisão de quarta-feira (18), os ministros da Corte de contas consideraram graves as condutas do juiz Fernando Florido Marcondes, secretário-geral do CNJ durante a gestão do ex-ministro do Supremo Cézar Peluso, e de Helena Azuma, ex-diretora-geral do conselho.
Por isso, aplicaram multa de 64 mil a ambos, assim como pena de inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança na administração federal por cinco anos. Os dois argumentaram que não houve direcionamento na compra, e que a contratação era “eminentemente técnica”.
Para o TCU, porém, a atuação dos ex-gestores do CNJ “foi determinante para a realização das contratações” problemáticas. “Sua participação deliberada e comprovada no planejamento e na condução do certame eivado de vícios, o qual resultou em evidente desperdício de recursos públicos, justifica a proposta de considerar grave sua conduta”, apontou o relator do caso, ministro Raimundo Carrero.