Integrantes do União Brasil demonstraram contrariedade e insatisfação com a decisão do governo de dar sobrevida a Daniela Carneiro no Ministério do Turismo, e citam desconfiança com a atitude do Planalto.
Na terça-feira (13), após uma reunião da ministra com o presidente Lula, a permanência dela no cargo foi confirmada, mesmo em meio à pressão do partido por uma troca pelo deputado Celso Sabino (União Brasil-PA). Daniela integra o partido, mas está de saída para o Republicanos.
Também na terça, a sigla realizou um jantar em Brasília. A GloboNews apurou que o objetivo era marcar a indicação de Sabino à pasta, como contrapartida do governo para atender a legenda e conseguir apoio em votações prioritárias na Câmara.
Como a substituição não se efetivou, integrantes do partido seguem reativos e descrentes. Apesar das falas públicas do líder do União Brasil, o deputado baiano Elmar Nascimento, de que a sigla entende o tempo do governo e que as conversas continuam, internamente o sentimento é outro .
Nos bastidores, um parlamentar afirmou à GloboNews que “quem tem caneta faz”, e que quando o governo promete e não entrega, “gera desconfiança”.
No jantar desta terça, oferecido na casa do deputado Fernando Marangoni (União-SP), parlamentares da legenda disseram ter ouvido do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em tom de brincadeira, que o União Brasil estava com “tensão pré-ministerial”.
O encontro serviu para o partido fazer cobranças. Já o governo disse que Lula preferiu ser “cuidadoso” com Daniela Carneiro, por conta do apoio dado à campanha do petista por ela e o marido, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos).
Segundo parlamentares, o governo também disse que a permanência de Daniela no cargo é temporária, e que há compromisso em tornar Celso Sabino ministro.
Porém, parte da sigla entende que o Planalto descumpriu promessas e só terá apoio em votações após a nomeação do deputado – que tem apoio integral da bancada. De acordo com os parlamentares, o partido não abre mão do nome.