A origem e o destino dos recursos empregados por candidatos são os assuntos que mais despertam o interesse de jornalistas de cidadãs e cidadãos que acessam o Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o período eleitoral. Da mesma maneira, é crescente a fiscalização da sociedade civil sobre a forma com que os partidos políticos gastam o dinheiro público que recebem todos os anos por meio do Fundo Partidário.
O TSE dá máxima transparência a essas movimentações financeiras por meio do Repositório de Dados Eleitorais (RDE), uma ferramenta da página de estatísticas do Tribunal na internet que reúne dados brutos sobre todas as eleições brasileiras de 1945 até hoje.
Criado em 2009 e constantemente aprimorado desde então, o RDE disponibiliza no formato de planilhas as informações completas sobre candidatos e candidatas, eleitorado, resultado de eleições, comparecimento e abstenções, partidos, pesquisas eleitorais, prestação de contas eleitorais e partidárias e a produção jurisdicional da Corte Eleitoral.
A proposta do RDE é garantir o livre acesso ao banco de informações eleitorais do TSE e, assim, dar autonomia a jornalistas e demais pessoas que buscam os dados, o que permite que consigam encontrar o que buscam por conta própria de forma rápida e direta. A ferramenta pode ser acessada por meio do menu “Eleitor e Eleições” no topo do portal do TSE, na opção “Estatísticas”. Ao acessar a página, basta clicar na opção “Repositório de Dados Eleitorais”.
Conteúdo e instruções de acesso
A área de Estatística do TSE é responsável pela gestão dos bancos de dados do RDE. O sistema gera arquivos que, em alguns casos, depois de baixados, devem ter as extensões “.txt” trocadas por “.csv”. Essa operação possibilitará a abertura das informações em qualquer planilha eletrônica. A partir dos dados brutos, qualquer consulta, filtro ou cruzamento das informações é de responsabilidade de quem faz a pesquisa.
Junto com a planilha de dados também segue um arquivo com instruções de uso sobre a formatação das tabelas. É importante ler esse arquivo de instruções para conhecer o layout das tabelas existentes no RDE e observar a data de geração do arquivo para, então, fazer as importações e consultas de forma adequada.
Contas eleitorais e partidárias
As prestações de contas eleitorais estão disponíveis a partir das Eleições 2002, quando os candidatos e as candidatas passaram a submeter digitalmente as contas ao TSE. Na opção “Prestação de Contas Eleitorais”, ao selecionar o ano da eleição – por exemplo, as Eleições 2020 –, é possível conhecer a movimentação financeira de órgãos partidários, de pessoas que se candidataram e das campanhas eleitorais, por meio dos respectivos números de CNPJ.
Assim, é possível conhecer de forma detalhada quem doou para cada legenda ou candidato, além dos valores do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC), o “Fundo Eleitoral”, que foram efetivamente distribuídos. Também é possível conhecer como esses recursos foram empregados: as empresas ou pessoas prestadoras de serviços ou fornecedoras de bens contratadas, os pagamentos feitos e se houve sobra de dinheiro ou ficaram dívidas da campanha.
Fundo Partidário
Já as prestações de contas anuais dos partidos políticos estão disponíveis em formato digital a partir de 2014. Contratos, cheques, notas fiscais, comprovantes e recibos constituem a documentação que deve comprovar minuciosamente como são empregados os duodécimos do Fundo Partidário que são mensalmente distribuídos às legendas.
Página de Estatísticas
O portal do TSE tem ainda a página “Estatísticas Eleitorais”, que apresenta, em gráficos e num plano mais amplo, os dados importados do RDE sobre as eleições de 2014 a 2020.
Ali é possível, por exemplo, consultar as receitas e as despesas movimentadas durante as Eleições Municipais de 2020. As informações podem ser filtradas por abrangência (nacional, regional, estadual e municipal), tipo de eleição, tipo de prestador (candidatos ou partidos políticos) e legenda.
É possível, por exemplo, verificar que em 2020, no município mineiro de Araguari, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) dispôs de R$ 19.882,10 para a campanha, dos quais R$ 13 mil vieram do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário e R$ 6.882,10 foram doações de pessoas físicas.