O consumo dos lares brasileiros cresceu 1,98% no primeiro trimestre e deverá seguir a uma tendência positiva nos próximos meses, segundo previsão divulgada nesta quinta-feira pela associação de supermercados Abras.
Em março, o consumo dos lares cresceu 7,29% ante fevereiro e 4,58% em relação ao mesmo período em 2022. A Abras projeta crescimento de 2,5% em 2023.
O setor inaugurou 154 lojas entre janeiro e abril das quais 22 no formato atacarejo e 55 reinaugurações, afirmou Marcio Milan, vice-presidente da Abras.
Milan observou que os efeitos de calendário e o aumento dos valores do salário mínimo, a queda do IPCA, os programas de transferência de renda e as bolsas estudantis “tiveram uma influência grande no consumo dos lares no mês de março”.
A queda no IPCA reduziu o preço dos alimentos, com o preço médio da cesta básica com 35 produtos de largo consumo em 747,35 reais, queda de 0,62% em relação à fevereiro, enquanto a cesta de alimentos básicos ficou em 319,91 reais, queda de 0,10% em relação ao mês anterior.
A medição envolve o volume e tipos de produtos comprados em supermercados e guarda certa correlação com o faturamento dos varejistas.
O consumidor está muito mais atento aos preços e optando por modalidades de compra mais diversas enquanto, por outro lado, o supermercado está preocupado em oferecer alternativas para o consumidor, avalia o vice-presidente da Abras.
“Se olharmos os produtos básicos, aumentaram (as vendas) das marcas relacionadas aos produtos regionais e a preços. Esse é um movimento de tendência que irá ajudar esse o consumo e consequentemente crescer [o setor]”, disse Milan.
Entre as altas no mês de março, farinha de mandioca (+1,59%), arroz(+0,9%) e carne bovina dianteira (+0,44%) tiveram maior aumento dos preços. Já as maiores quedas de preços se deram com óleo de soja (-4,01%), café moído (-1,41%) e farinha de trigo (-1,20%).
Em abril, a desaceleração do IPCA-15 teve como fatores as altas menos intensas nos preços Alimentação e bebidas (de 0,20% em março para 0,04% em abril), Comunicação (de 0,75% para 0,06%) e Habitação (de 0,81% para 0,48%).
A alimentação no domicílio registrou queda de 0,15% nos preços, com destaque para batata-inglesa (-7,31%), cebola (-5,64%), óleo de soja (-4,75%) e carnes (-1,34%).