Presidente da Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo na AL-BA, o deputado estadual Eduardo Salles (PP) falou nesta segunda-feira (12) em entrevista ao programa Isso é Bahia, da A Tarde FM, sobre o atual momento do agronegócio na Bahia e os embates do setor com o movimento sem-terra, além do aceno do presidente Lula ao setor na Bahia, durante visita À Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães na última semana.
Sales comentou se os acenos de Lula ao agro foram suficientes para apaziguar a situação do setor com o MST na Bahia.
“O que foi falado foi importante. Mas o mais importante do que isso foi a construção de pontes. Estamos em um momento político em que o palanque acabou. E quando acaba, você tem que construir pontes, não muros. E o que tem acontecido em nosso país, infelizmente, é uma polarização muito grande de quem acha uma coisa, o outro acha outra e não se pode ter ninguém no meio termo. Isso é péssimo. O presidente foi convidado para conhecer o agronegócio da Bahia para ver que é ali que está acontecendo tudo. Eu sou e sempre fui contra invasões de terra, mesmo improdutivas, porque nós não precisamos invadir. Eu fui secretário de agricultura e conheço boa parte dos assentamentos da Bahia, o maior do Brasil. Então, você conta de dedos quantos deles produzem efetivamente. Temos que trabalhar nos assentamentos que nós temos”, disse o deputado, emendando que a situação entre os dois setores ainda não está pacificada na Bahia.
“De jeito nenhum, e digo sempre que alguém tem que entrar para apartar a briga. Os movimentos ao longo dos tempos sempre tiveram liberdade de tudo. O movimento do agro, eles se uniram agora, e agora eles têm um confronto. Já era de ideias, agora é diferente. É um jogo do perde-perde. Eu já disse isso na Assembleia: ‘vamos parar com isso’ e nenhum dos lados gosta. Precisa de alguém para mediar”.
O parlamentar ressaltou o poder do agronegócio baiano na geração de emprego e renda para a Bahia, destacando que não se deve fazer separação do agro com a agricultura familiar.
“Sem dúvida alguma, na geração de emprego, por exemplo, temos a região de Juazeiro com a fruticultura, que é a maior geradora de emprego com carteira assinada nos últimos três anos. O agronegócio na Bahia tem 56 milhões de hectares, que tem produção de tudo. Aqui se produz tudo, desde o grão à pecuária de corte, de leite. É um mapa de produção em cada canto da Bahia diferenciado. A ampliação do PIB, a geração de emprego é a força que tem feito o desenvolvimento principalmente no interior do estado. Outro ponto é a questão da segurança jurídica. O agronegócio pode ser tanto do pequeno, do médio, quanto do grande produtor, às vezes parece que querem dividir o agronegócio da agricultura familiar, mas que é indivisíve”, afirmou.
“Na verdade, eu acho que o que precisa é que cada um entenda que são complementares. O grande pode ajudar o pequeno. Às vezes a gente fica num embate que não é bom para nenhum dos lados. A segurança jurídica permite que você invista”, completou.