Conforme a revista IstoÉ, em consórcio liderado pela Aegea venceu nesta terça-feira o leilão de privatização da companhia gaúcha de saneamento Corsan com uma oferta única de cerca de 4,15 bilhões de reais, o que representa ágio de 1,15% em relação ao mínimo estabelecido no edital.
Além da Aegea, o consórcio que arrematou a Corsan é formado pelas gestoras de ativos Perfin e Kinea. A Aegea, criada em 2010, é uma das maiores empresas de saneamento do país e possui uma série de concessões na área no país, que incluem parte dos ativos que formavam a estatal fluminense de água e esgoto Cedae. A companhia tem entre os principais sócios a holding Itaúsa.
O leilão marcou mais um passo nas privatizações de saneamento no Brasil, depois que o Congresso aprovou em 2020 o marco do saneamento, que incentivou a atração de recursos do setor privado para expansão do alcance de serviços de coleta e tratamento de esgoto e distribuição de água tratada, um dos principais problemas da infraestrutura do país.
A Corsan possui contratos vigentes para prestação de serviços em 307 municípios, atendendo mais de 6 milhões de pessoas, segundo o edital do leilão.
O governo do Rio Grande do Sul chegou a divulgar prospecto para venda do controle da companhia via oferta pública inicial de ações (IPO), mas mudou a modelagem da desestatização em meados deste ano.
O leilão ainda teve idas e vindas na Justiça. O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Lelio Bentes Corrêa, autorizou na véspera a continuidade do processo de privatização, após pedido da Procuradoria-Geral do Rio Grande do Sul. Isso porque um mandado de segurança impetrado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado suspendia o processo.
“É importante que se diga que talvez a judicialização…possa ter afastado outros investidores, mas, de qualquer forma, o importante é que o negócio se realizou”, disse o governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior.
O Rio Grande do Sul leiloou em julho a geradora de energia elétrica CEEE-G para o grupo CSN. No ano passado, o Estado vendeu a distribuidora de energia CEEE-D para a Equatorial Energia e o braço de transmissão CEEE-T para a CPFL Energia.
No setor de gás, o Estado alienou em 2021 a distribuidora de gás canalizado Sulgás para a Compass, empresa da Cosan.