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quarta-feira 29 de março de 2023 às 18:41h

Conselho da Petrobras suspende a venda de 32 ativos

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O Conselho de Administração da Petrobras (CA) decidiu, nesta quarta-feira (29), suspender a venda de 32 ativos incluídos no processo de desinvestimento da empresa. Porém, excluiu de sua decisão unidades que tiveram pré-contratos assinados (signing) – Polo Norte Capixaba, Polos Golfinho e Camarupim (ES), Polos Pescada e Potiguar (RN) e Lubnor (CE).

“Conseguimos, depois de muita pressão, impedir a venda de outros ativos, mas, infelizmente, o atual CA da empresa está alinhado com o governo anterior e insiste em entregar polos importantíssimos para a estatal e para o país, principalmente para o Nordeste”, destaca Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP). O dirigente lamenta a decisão: “O presidente Lula quer retomar a Petrobras para o povo brasileiro, mas enquanto esse conselho estiver nas mãos de pessoas alinhadas ao bolsonarismo, fica difícil o governo ter avanços nessa área.”

A FUP está, desde o último dia 24, realizando junto aos seus sindicatos, assembleias que vem aprovando estado de greve contra as privatizações e pela mudança da gestão da Petrobras. “Sabemos que parte de nossas conquistas hoje são fruto de toda essa mobilização e seguiremos assim”, reforça Bacelar.

Em nota, a Petrobras informou que “face à solicitação do Ministério de Minas e Energia e da eleição da nova Diretoria Executiva em 29/03/2023, o Conselho de Administração estudará a matéria, caso a nova gestão, recém-empossada, decida por propor a revisão do Plano Estratégico.” O mesmo ofício ressalta que a revisão não engloba os contratos pré-assinados. “Vale notar que esta revisão não deverá incluir os desinvestimentos já em fase de assinatura e fechamento de contratos de forma a cumprir plenamente os direitos e as obrigações já assumidas pela Companhia”, diz o documento.

“Sabemos que é normal o plano estratégico de qualquer empresa ser revisto quando mudam os gestores, principalmente quando falamos da Petrobras, que é uma sociedade de economia mista e exerce uma atividade econômica essencial. É absolutamente legítimo a União, como acionista majoritária da empresa, pedir a paralisação de todos os desinvestimentos da companhia, já que vão de encontro ao projeto do atual governo. Isso, inclusive, não fere a segurança jurídica”, argumenta Bacelar.

A FUP pretende contribuir para a revisão do planejamento estratégico, conforme carta enviada em janeiro ao presidente da companhia, Jean Paul Prates. No documento, a Federação propõe sete principais propostas dos petroleiros para reconstrução da empresa.

“A categoria petroleira sempre esteve e estará na luta em defesa da Petrobras, da exploração equilibrada do petróleo e do gás natural no Brasil, garantindo o desenvolvimento da indústria nacional e a geração de mais e melhores empregos em nosso país”, conclui o dirigente sindical.

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