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quinta-feira 24 de dezembro de 2020 às 15:49h

Conheça os países que não comemoram Natal nem Réveillon

CURIOSIDADES, NOTÍCIAS


O Natal é uma data comemorativa cultural, que para os cristãos simboliza o nascimento de Jesus Cristo. No entanto, o feriado festivo do dia 25 de dezembro é marcado pela religião e por isso nem todas as culturas (leia países) não absorvem a tradição de celebrar a data. Assim sendo, vários países não comemoram a data e outros trazem um significado diferente para o dia e também não comemoram o Réveillon, pois seguem outros calendários.

Culturas como o islamismo, budismo, judaísmo, hinduísmo, taoísmo, xintoísmo são algumas das quais o significado do nascimento de Cristo não faz relação com o conhecido no cristianismo. Cada qual tem seus crenças, peculiaridades e até calendários diferentes – a sua própria religião.

Islamismo

Os países islâmicos, como Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Turquia, Egito, Nigéria, Líbia, Irã, dão maior relevância aos ensinamentos de Maomé, profeta que teria vivido entre os anos 570 e 632 d.C, posteriores a Jesus, e que teria vindo completar a sua mensagem.

Os muçulmanos aceitam a figura de Jesus Cristo como um dos cinco profetas que vieram trazer a palavra de Deus ao homem. Por conta disso, eles mantêm apenas uma relação de respeito com a data, mas ela não é considerada sagrada para seu credo. Eles comemoram apenas duas festas religiosas: o Eid wl-Fitr, que é a comemoração após o término do mês de jejum (Ramadã) e o Eid al-Adha, onde comemoram a obediência do Profeta Abraão a Deus.

O Eid el-Fitr é comemorado no 1° dia do mês de Shawwal, o décimo mês do calendário islâmico.

Milhares de fiéis participam do ritual de apedrejamento de Satã, em Mina, perto da cidade sagrada de Meca, no primeiro dia do Eid al-Adha, a festa muçulmana do sacrifício (Foto: Fayez Nureldine/AFP)
Milhares de fiéis participam do ritual de apedrejamento de Satã, em Mina, perto da cidade sagrada de Meca, no primeiro dia do Eid al-Adha, a festa muçulmana do sacrifício (Foto: Fayez Nureldine/AFP)

Já o Eid al-Adha, também conhecido como Grande Festa ou Festa do Sacrifício, é um festival muçulmano que sucede a peregrinação para Meca. É comemorado a partir do décimo dia do mês de Dhu al-Hijjah (no último mês do ano lunar no calendário islâmico), e a festa tem duração de quatro dias. Em 2013, ocorreu em 15 de outubro e em 2014 será comemorada no dia 4 de outubro.

Nessas comemorações, os muçulmanos se reúnem nas mesquitas para ler e lembrar o nascimento do profeta, sua vida, seus valores; algumas vezes também há grupos de música entoando cantos para enaltecer o nome do profeta e sua lembrança.

Budismo

Já os países que adotam o budismo como religião, caso de vários países da Ásia como Vietnã, China, Tibet, Camboja, Coreia do Sul, Butão, Burma, Hong Kong, Japão, Mongólia, Cingapura, Sri Lanka, Tailândia, não se envolvem com a característica particular do nascimento de Jesus Cristo. Eles admiram e respeitam a tradição, mas Jesus para a crença é considerado um “Bodhisattva”, ou seja, um ser de sabedoria elevada, que segue  uma prática espiritual que visa remover obstáculos e beneficiar todos os demais seres.

Budistas tailandeses em Wat Dhammakaya comemoram o Visakha Bucha, considerado a data mais importante do budismo. Fiéis de todo o mundo celebram o nascimento, a iluminação e a morte de Buda, há 2.600 anos. (Foto: AP)
Budistas tailandeses em Wat Dhammakaya em comemoração o Visakha Bucha, considerado a data mais importante do budismo. Fiéis de todo o mundo celebram o nascimento, a iluminação e a morte de Buda, há mais de 2.600 anos. (Foto: AP)

O budismo não possui textos que sejam adotados universalmente entre os adeptos da religião e cada seita budista possui seus próprios textos sagrados, de apenas seguir on ensinamentos de Buda. Assim, os budistas ocidentais não comemoram o dia 25 de dezembro como “cunho” cristão, mas em pensamento espiritual.

A data mais importante para os budistas é chamada Visakha Bucha, já que os adeptdos celebram o nascimento, a iluminação e a morte de Buda, seu fundador. Normalmente é comemorado no mês de maio, num dia de lua cheia de acordo com o sexto mês lunar. Em 2013, a celebração foi realizada no dia 24 de maio e em 2014 será no dia 13 de maio.

Judeus

Os judeus não comemoram nem o Natal nem o Ano Novo nos “moldes” cristãos – apesar de reconhecerem que Jesus existiu, não há uma relação de divindade com ele.

Para essa cultura, principalmente em Israel, a comemoração de fim de ano é o Hanukah, que significa festa das luzes em hebraico e lembram as vitórias contra a opressão, a discriminação e a perseguição religiosa.  A data marca a vitória dos judeus sobre os gregos há mais de dois mil anos, na batalha pela liberdade de seguir a sua religião.

Judeus ortodoxos participam da oração Tashlich nas margens do Mar Mediterrâneo, no sul da cidade de Ashdod. Durante a oração, migalhas de pão são jogados nas águas para lançar simbolicamente os pecados. (Foto: Amir Cohen/Reuters)
Judeus ortodoxos participam de oração às margens do Mar Mediterrâneo (Foto: Amir Cohen/Reuters)

A festa de Hanukah para os judeus começa no 25º dia do mês judaico de Kislev e dura oito noites.

A festa consagra a vitória dos judeus contra uma província grega que tentava impor o politeísmo. Segundo os crentes, para cada um dos dias é acesa uma vela até que todo o candelabro esteja aceso no último dia de festa. Também teria havido um milagre: o óleo para acender as velas do templo, que seria suficiente para apenas um dia, durou oito.

Na comemoração, peru e bacalhau são substituídos por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite. E em vez de desembrulharem presentes à meia-noite, as crianças recebem dinheiro.

Hinduísmo

O hinduísmo, cultura tradicionalmente presente na Índia, tem como suas principais celebrações Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. São festas relacionadas a energias, danças e cantos e que tem apenas um significado: adorar a “energia Divina”.

O Durga Puja é a festa da energia divina. Já o festival de Ganesh é celebrado nos estados do sul da Índia, com danças alegres e cantos. O Diwali é o “festival das luzes” em que em cada casa, em cada templo são colocadas milhares de luzes,  que ficam acesas toda a noite.

Garota acende vela na véspera do Diwali, o festival hindu das luzes, na cidade indiana de Chandigarh. (Foto: Ajay Verma/Reuters)
Garota acende vela na véspera do Diwali, o festival hindu das luzes, na cidade indiana de Chandigarh. (Foto: Ajay Verma/Reuters)

Taoísmo

A cultura taoista é predominantemente encontrada na China e faz qualquer celebração no Natal. A religião tem inúmeras datas onde se comemora o nascimento de grandes mestres ou a ascensão deles – também há rituais de exorcismo, alquimia e magia.

O Ano Novo chinês, comemorado segundo o calendário lunar, é um dos períodos mais importantes para a sociedade chinesa, já que fazem uma pausa no trabalho para festejar com a família.

Participantes da festa de Ano Novo Lunar chinês fazem a dança do dragão, nas ruas de Hong Kong. (Foto: Antony Dickson/AFP Photo)
Participantes da festa de Ano Novo Lunar chinês fazem a dança do dragão, nas ruas de Hong Kong. (Foto: Antony Dickson/AFP Photo)

Xintoísmo

O xintoísmo, cujos deuses são elementos e s eres da natureza, é contemplado predominantemente no Japão. O dia 25 de dezembro não é fixado como Natal, mas sim como uma data comercial e sem importância religiosa. A data é mais parecida com o dia dos namorados, comercialmente – eles preferem comprar presentes para a pessoa amada.

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