Maria Clara Lopes Rolim é formada em Relações Internacionais pela UFRJ e em Artes Cênicas pela CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), mas, aos 23 anos, sentiu a necessidade de mudar de carreira. Hoje, aos 27, a estudante afirma que sempre carregou um desejo de impactar o mundo, mas que foi na elaboração de seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) sobre Governança da Saúde Global, durante a pandemia, que algo mudou. “Foi com o meu TCC, somado ao choque da pandemia que, mesmo com dois diplomas na mão, eu me vi na necessidade de mudar de carreira”, conta.
“Me vi em uma situação em que não me sentia útil para a sociedade, sentia que, por estudar tanto durante toda a minha vida e desenvolvido esse lado intelectual acadêmico, eu não estava utilizando isso com toda a potência que poderia. Eu buscava por um propósito de vida; foi isso que me motivou a escolher uma área na qual eu fosse encarregada de fazer o bem, ajudar pessoas, curar, tratar, melhorar a qualidade de vida”, declara Maria Clara, estudante com nota acima do corte em 86 faculdades de medicina das 88 que oferecem vagas em ampla concorrência no SISU em 2025.
A decisão de mudar para Medicina não foi fácil. Apesar de já ter dois diplomas, ela sabia que essa nova jornada exigiria dedicação total. Maria Clara optou por revisar os conteúdos do ensino médio, entrando em um curso especializado para medicina em 2022. E, após um ano de estudos, ela entendeu que apenas revisar os conteúdos não seria suficiente, aderindo a uma mentoria particular.
“Fiz cursinho no Hexag, próprio para Medicina, por três anos, com todo o conteúdo programático padrão de vestibular, e o conteúdo de lá foi perfeito! Mas eu mudei minha forma de estudar no meu segundo ano de curso, quando conheci a mentoria da Evolving”, explica. Para ela, o curso e a mentoria, além do apoio dos pais, Ana Lúcia e Rubens, foram fundamentais para a luta diária nos últimos três anos.
“Durante a mentoria senti uma mudança drástica porque eu pude potencializar meu método de estudos, organização de rotina, definir o que era prioridade no meu dia a dia, como e quando atacar minhas dificuldades, no que focar em cada dia da semana, programação de simulados, quantidade de redações, sem me sentir sobrecarregada e, ao mesmo tempo, tendo rendimento, justamente por estar focando nas coisas certas para cada momento, e esse acompanhamento, para mim, foi o diferencial”, afirma.
Ela destaca que sua formação em Artes Cênicas também contribuiu para sua desenvoltura em sala de aula. Ela não tinha medo de perguntar, interagir e até mesmo descontrair o ambiente com brincadeiras. “É importante tornar esse período de estudos mais leve. Nem só de livros vive um vestibulando”, brinca.
O resultado de tanto esforço só veio após três anos de muitos simulados, redações e refazer as provas do Enem dos últimos 10 anos. Ao corrigir o Enem realizado em 2024, Maria Clara viu que havia acertado 165 das 180 questões. E, além disso, sua redação foi avaliada em 960 pontos, o que, para ela, já era mais do que suficiente.
Durante a abertura de inscrições no sistema do SISU, Maria Clara percebeu que sua nota estava acima da nota de corte de 86 das 88 faculdades de medicina, com vagas para ampla concorrência, oferecidas pelo SISU. Sua nota de média simples no ENEM foi de 817,38. Sua média para a UFRJ, onde optou por se inscrever, foi de 841,76, sendo aprovada em 14º lugar de 100 vagas.
“Ver meu nome ali foi surreal. Era a concretização de anos de muitos estudos. Abri mão de sair com amigos, de viver relacionamentos, de viajar e muito mais. Mas hoje eu afirmo que cada momento de ansiedade, cada madrugada estudando e cada puxão de orelha da minha mentora Dani Caldas valeu a pena. Meus pais foram meus maiores apoiadores e, sem eles, nada disso teria sido possível. Eu não tenho como descrever o que sinto agora”, relembra, emocionada.
Dicas para quem pretende prestar o vestibular de Medicina
Maria Clara acredita que sua história é prova de que é possível superar desafios e transformar a própria vida. Para quem também sonha com uma mudança de carreira ou com a medicina, ela deixa algumas dicas:
Planeje-se: Tenha metas claras e organize sua rotina de estudos. Dedicação e disciplina são fundamentais. Procure uma mentoria para estudos, faz a diferença.
Seja resiliente: Aceite os altos e baixos do processo. Nem todo dia será perfeito, e tudo bem.
Busque equilíbrio: Inclua momentos de lazer e descanso na rotina. Eles ajudam a manter a saúde mental e física.
Acredite em si mesmo: “Cada um tem seu tempo. Nunca se compare. Concentre-se na sua jornada e nos seus objetivos”, reforça ela.
Caloura de medicina da UFRJ, Maria Clara pretende atuar como cirurgiã em cardiologia ou neurologia, mas sabe que a trajetória na faculdade pode trazer novos desafios e possibilidades. “Estou pronta para descobrir e aprender. Quero aproveitar cada momento dessa nova fase”, finaliza.