Quando era oposição, Lula e o PT cobraram conforme relembra Robson Bonin, da coluna Radar, Jair Bolsonaro (PL) a ampliar os repasses do socorro emergencial pago pelo governo a famílias que ficaram desamparadas durante a pandemia de Covid-19. O valor proposto pela gestão Bolsonaro era de 200 reais e acabou sendo aprovado no Congresso por 600 reais.
Discutindo agora a nova plataforma social do Bolsa Família — com a revisão do cadastro para eliminar da folha de pagamentos milhares de beneficiários que não têm direito a receber, mas foram incluídos pela gestão passada nos repasses — o governo petista vai enfrentar a mesma situação no Congresso.
O benefício anunciado pelo governo segue em 600 reais, mas parlamentares já apresentaram medidas no Congresso para ampliar os repasses. É o caso do deputado Julio Cesar Ribeiro, que apresentou uma proposta para criar o “Adicional Complementar para Famílias Beneficiárias do Programa Auxílio Brasil e do Programa Auxílio Gás dos Brasileiros”.
A ideia é dobrar o pagamento de 600 reais em dezembro, para garantir o 13º repasse a beneficiários da área social do governo. O impacto financeiro da medida não foi apresentado pelo parlamentar e há dúvida sobre a constitucionalidade da matéria, mas o debate no Congresso para ampliar a proposta de repasse do governo a famílias do antigo Auxílio Brasil já está consolidado.
Com a oposição cobrando um valor maior para o benefício, caberá ao governo dizer que o que é possível fazer, diante do rombo fiscal já anunciado para este ano.