Começou nesta quarta-feira (5) o I Congresso Nordeste de Transplantes, que acontece até sexta-feira (7) no Quality Hotel, no Stiep, em Salvador. Promovido pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) por meio do Sistema Estadual de Transplantes, o evento reúne mais de 400 profissionais da área e dirigentes de hospitais e secretarias de saúde dos nove estados nordestinos, com o objetivo de discutir avanços, desafios e compartilhar experiências no campo dos transplantes de órgãos.
O congresso conta com mesas redondas, palestras e painéis que discutem temas como Perspectivas Futuras dos Transplantes; Modelo Português/ Europa de Busca de Potenciais Doadores; Modelos de Busca Ativa Para Potenciais Doadores; e Situação Atual e Perspectiva de Transplantes de Órgãos no Nordeste, dentre muitos outros, com presença de profissionais de todo o Nordeste, resto do Brasil e de Portugal.
“Acho que essa troca de experiência entre os estados do Nordeste é extremamente importante. Temos uma política específica de incentivo estadual ao transplante e estamos revisitando essa política. Espero que, em breve, a gente possa estar apresentando-a a vocês e esperamos que, a partir dela, a gente tenha a capacidade de impulsionar ainda mais as iniciativas de transplantes”, declarou o subsecretário da Saúde do Estado, Paulo Barbosa, que fez parte da mesa de abertura do congresso, acompanhado de profissionais das esferas municipal, estadual, federal e internacional.
O evento aborda ainda temas essenciais como o acolhimento familiar, a comunicação de más notícias, a Organização de Procura de Órgãos (OPO) e a situação dos programas de transplantes na região. “O debate neste congresso é fundamental para nós, como nordestinos, buscarmos soluções para aumentar a quantidade de órgãos doados com políticas públicas que se enquadrem nas especificidades da nossa região. A recusa à doação por parte das famílias ainda é grande, é uma questão que vamos trabalhar intensamente aqui para buscar formas de melhorar os índices de todo o Nordeste”, afirmou Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes da Bahia e do Congresso.
Antes da composição da mesa de abertura, a atriz Kely Nascimento, viúva do ator Northon Nascimento, que passou por um transplante de coração, e cofundadora do Instituto Renascimento realizou o monólogo ‘Um coração que também era meu’. “Compartilhar a grandeza da doação se tornou uma missão para mim. Através da arte, trazer para as pessoas uma reaproximação à humanidade, essa coisa que a rotina, mesmo dos médicos, vai se distanciando um pouquinho, não que eles deixem de olhar para o paciente, mas, às vezes, isso se torna automático. É compartilhar a grandeza de receber, de ter uma segunda chance de vida em casa”, conta Kely, que há pouco mais de um mês fez questão de doar um de seus rins para um paciente que necessitava de transplante.
O I Congresso Nordeste de Transplantes acontece até sexta, seguido pelo Simpósio Nordeste de Transplante de Medula Óssea no dia 7 e pelo Simpósio Nordeste de Transplante Cardíaco no dia 8.