Segundo a colunista Bela Megale, do O Globo, a confirmação da ministra do Planejamento Simone Tebet na Brazil Conference em Lisboa, organizada pelo Lide, grupo fundado por João Doria, gerou críticas e mal-estar junto a integrantes do PT e do governo Lula.
A avaliação desse grupo é que, apesar de a orientação do governo ser a de diálogo com diferentes setores, Doria é visto como um dos responsáveis por fomentar o ódio aos petistas na sociedade.
No jantar organizado em dezembro de 2021 com Lula e Geraldo Alckmin, antes de consolidarem a aliança, o coordenador do grupo “Prerrogativas”, Marco Aurélio Carvalho, disse que o único veto era sobre a presença de Doria e os bolsonaristas. O Prerrogativas é o grupo de advogados e juristas que organizou o evento e atuou na aproximação entre o hoje presidente e vice-presidente.
Luiz Carlos Rocha, advogado de Lula quando ele estava preso em Curitiba, fez críticas públicas à ministra. No seu Twitter, disse que “Tebet pode aproveitar a oportunidade e ver com o governador Doria como ele imaginou levar coxinha para o Lula quando Moro quis transferi-lo de Curitiba para Tremembé”. Afirmou ainda que “o fato de Doria ter saído da política não faz com que o abraço em Bolsonaro, Moro e as covardias com Lula saiam (da política também)”.
Rocha faz referência a uma determinação judicial para transferir Lula de Curitiba para o presídio do Tremembé, em São Paulo, em agosto de 2019. Na ocasião, Doria fez ironias e disse que Lula teria a oportunidade de fazer algo que “jamais fez na vida: trabalhar”.
Como informou a coluna “Painel”, Doria falou com Tebet nesta quinta-feira e confirmou presença. A ministra, diferentemente do PT, sempre teve boa relação com o ex-governador de São Paulo. Quando Doria anunciou a desistência de disputar o Palácio do Planalto, no ano passado, a então senadora e pré-candidata à Presidência disse que ele “nunca foi adversário, sempre foi aliado”.