O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,5 ponto em novembro ante outubro, para 97,4 pontos, informou nesta segunda-feira (2) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, a confiança empresarial encolheu 0,3 ponto em novembro.
O resultado reflete a piora nas expectativas, apesar de uma melhora na avaliação sobre o momento presente. Segundo a FGV, as sondagens empresariais “retratam uma economia com nível de atividade ainda forte, mas acompanhada por uma piora das expectativas para os próximos meses, influenciada pela tendência de alta dos juros internos e aumento da incerteza fiscal”.
“Vale destacar que os dados desta edição foram coletados antes do anúncio do pacote fiscal do governo, em 27/11/2024. Um ponto de preocupação para o primeiro semestre de 2025 é a terceira queda consecutiva no indicador de otimismo das empresas em relação aos negócios nos próximos seis meses. Apesar disso, outro termômetro de confiança no futuro, o indicador de ímpeto de contratações, permanece resiliente”, avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) aumentou 0,1 ponto em novembro ante outubro, para 98,7 pontos, maior nível desde setembro de 2022. O Índice de Expectativas (IE-E) teve queda de 1,0 ponto, para 96,2 pontos.
Entre as expectativas, o destaque foi o item que mede as perspectivas para a evolução dos negócios nos próximos seis meses, com redução de 1,8 ponto, para 97,4 pontos. O item que mede as expectativas para a demanda teve ligeiro recuo de 0,1 ponto, para 95,1 pontos.
Quanto ao momento presente, o item que mede a percepção sobre a demanda corrente diminuiu 0,1 ponto, para 99,1 pontos. O componente que avalia a situação atual dos negócios cresceu 0,3 ponto, para 98,2 pontos.
Na passagem de outubro para novembro, a confiança dos serviços encolheu 0,3 ponto, para 94,9 pontos; a do comércio cresceu 3,7 pontos, para 92,7 pontos; a da indústria diminuiu 1,3 ponto, para 98,6 pontos; e a da construção caiu 1,5 ponto, para 95,7 pontos.
Em novembro, a confiança avançou em 31% dos 49 segmentos integrantes do ICE.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.674 empresas dos quatro setores entre os dias 4 e 25 de novembro.