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segunda-feira 17 de julho de 2023 às 05:06h

Condenação de prisão ainda persiste Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, diz revista

DESTAQUE, JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Irmão mais novo de Geddel Vieira Lima, que, como mostra Laryssa Borges, da revista Veja, voltou desenvolto às articulações político-eleitorais, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima conseguiu pegar carona no descrédito de parte das investigações da Lava-Jato e ganhou na justiça o direito de que seja desconsiderada do acervo de provas contra ele a famosa planilha da Odebrecht.

O documento reunia, segundo a revista, com o registro por apelidos, políticos para quem a empreiteira dizia ter pagado propina. A decisão judicial é um respiro porque Lúcio – cuja alcunha na tabela era “Bitelo” – tenta há quase dois anos postergar o início do cumprimento da pena de nove anos de cadeia imposta a ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi condenado por atuar ilegalmente em benefício da Odebrecht na aprovação de uma medida provisória que beneficiava a Braskem, braço petroquímico da empresa.

Desqualificar o documento que o aponta como destinatário de 1,5 milhão de reais em tese abre caminho para que ele tente uma nova rodada de recursos para se desvincular da condenação que resta, a de lavagem de dinheiro. Não será tarefa fácil. Embora boa parte dos políticos pilhados na Lava-Jato tenham conseguido transferir seus casos para a Justiça Eleitoral ou reduzir o delito à crime eleitoral, o que os livra do risco de cadeira, a imagem do bunker em que a dupla de irmãos armazenou 51 milhões de reais é uma das mais reveladoras da operação – e Geddel já até cumpriu pena pelo episódio. Na época, investigadores encontraram malas e caixas com dinheiro num apartamento em Salvador alugado pelo irmão mais novo.

Uma das maiores preocupações da defesa era de outra natureza: a condenação de ambos ao pagamento de 51 milhões de reais em danos morais coletivos. Em crimes contra a administração, como os apurados na Lava-Jato, a reparação do dano pode ser condição para a progressão de regime. Em 2021, o STF anulou o pagamento extra e ainda derrubou a penalização de ambos pelo crime de associação criminosa. Depois de ter cumprido um sexto da pena de 13 anos e quatro meses e abatido mais de 600 dias de detenção por trabalho e estudo na cadeia, Geddel está em liberdade condicional. A via crucis de Lúcio, porém, ainda está longe do fim.

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