Moradores da zona rural de Juazeiro, no norte da Bahia, estão sem abastecimento regular de água segundo o Jornal da Manhã, da TV Bahia, há mais de quatro meses.
Na região, a água é levada até as comunidades pelos carros-pipas, mas os pipeiros, pessoas que prestam esse tipo de serviço, têm desistido do emprego. O motivo alegado é a falta de um reajuste salarial adequado.
Cerca de 13 mil pessoas da zona rural da cidade são atendidas pela Operação Carro-Pipa, que deposita água nas cisternas das comunidades.
Um dos atendidos pela operação é o estudante Henrique Jose da Silva, da comunidade de Panelas. Ele conta que tem economizado cada gota do que restou na cisterna.
“Se antes a gente usava um balde, hoje já usamos a metade. Quando lavamos roupa, armazenamos a agua para lavar a casa e o banheiro”, contou.
A operação é realizada pelo Ministério da Integração, que repassa o recurso para o Exército Brasileiro, responsável pela contratação e pagamento dos pipeiros.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Juazeiro, Ramiro Cordeiro, a prefeitura da cidade não consegue suprir a demanda de abastecimento de todos os distritos.
“Estamos tentando buscar, junto ao Ministério de Integração, viabilizar condições melhores na renovação do contrato, com reajuste que atraia novamente os pipeiros para a operação. Nós da prefeitura, com o contingente que temos, infelizmente não conseguimos atender todos os distritos”, explicou.
Atualmente, apenas 14 pipeiros estão em atividade. O ideal, segundo a prefeitura, seria ter 21 funcionários na operação.
Além dos carros-pipa, Juazeiro tem cinco veículos que distribuem água para quase 5 mil pessoas, que não são atendidas pelo Exército.
Em nota, o Ministério da Integração disse que a Operação Carro-Pipa é feita em cooperação técnica e financeira entre os ministérios de Desenvolvimento Regional e da Defesa.
Em abril, o Ministério da Integração afirmou que foi autorizado o reajuste de quase 10%, com novos valores repassados para os pipeiros em junho.
Já o Exército, disse que abasteceu as cisternas da comunidade de Panelas na terça-feira (26). A equipe de reportagem da TV Bahia esteve no local até as 16h e nenhum caminhão foi visto até este horário.