Os juros futuros americanos e brasileiros desabaram logo após o anúncio de manutenção da taxa básica americana em 5,5% ao ano. O mercado enxergou, no comunicado divulgado junto com a decisão, espaço para o Federal Reserve iniciar o corte de juros mais cedo do que o antecipado.
O texto sofreu modificações apenas no primeiro parágrafo e apontou para a desaceleração do crescimento econômico desde o fim do terceiro trimestre. Além disso, o documento também destacou que embora continue elevada, a inflação tem se mostrado mais branda nos últimos meses.
Os títulos públicos com vencimento em dois anos que caíam cerca de 5 pontos base antes da decisão do banco central americano passaram a se aproximar de 30 pontos base de recuo. A expectativa de um corte de 0,25 pontos base em março de 2024 passou de pouco menos de 50% no início do dia para mais de 70% de probabilidade. A precificação de mercado passou a esperar uma redução de 1,5 ponto percentual na taxa básica americana até o fim do ano.
A curva de juros local acompanhou o movimento e aprofundou a queda nas taxas esperadas por aqui também. Os vencimentos intermediários e longos passaram a cair cerca de 20 pontos base. A taxa Selic esperada ao final do ciclo de cortes do Banco Central do Brasil passou de cerca de 9,5% a.a. na manhã par próxima de 9% ao ano.
O mercado local aguarda agora definição da Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária) logo mais, que deve cortar a taxa em 50 pontos base. Mas a expectativa pelo comunicado da autoridade monetária local aumentou com o movimento americano. A decisão brasileira deve ser anunciada pelo BC, às 18h30.