sexta-feira 22 de novembro de 2024
Home / NOTÍCIAS / Como uma menina do sertão baiano está espalhando minibibliotecas pelo Brasil
domingo 10 de abril de 2022 às 17:57h

Como uma menina do sertão baiano está espalhando minibibliotecas pelo Brasil

NOTÍCIAS


Segunco o Estadão, Clara Beatriz Nunes Dourado tinha 9 anos e estava de férias em Salvador, em 2017, quando avistou pela primeira vez uma casinha de livros em um shopping. Foi paixão imediata, diz a publicação. Incentivada na leitura pela mãe Maria José Maciel, a menina que ainda bebê folheava livros de plástico na banheira se encantou com a minúscula biblioteca. Voltou a sua cidade, Irecê, no sertão baiano, com a ideia fixa de construir uma casinha de madeira igualzinha à que viu e fincá-la na praça vizinha a sua casa. Assim, crianças, jovens e até adultos de Irecê poderiam compartilhar de seu sentimento: o prazer de ler.

Uma enxurrada de palavras insistentes durante um ano inteiro acabou convencendo, por fim, o pai, Paulo Cefas Dourado, a construir uma pequena moradia de livros. A garota tinha 10 anos quando nasceu com doações sua primeira Casinha de livros na praça dos Requintes, invadida pela alegria da festa de inauguração, com direito à pipoca para os amigos.

No começo, a criançada traquinava, não devolvia os livros doados. Clarinha, como é chamada, teimosa, não desistiu facilmente. Recorreu a uma rede social para orientar os moradores de Irecê sobre como usar a casinha, como conservar os livros, e a importância de ler. Com a pandemia, seus vídeos ganharam projeção pelo País e seu projeto, força. A jornalista e apresentadora Astrid Fontenelle viu um dos vídeos e ajudou a impulsionar o Casinha de Livros (@projetocasinhadelivros). O projeto hoje tem 21 casinhas no País, sendo que uma é na Ilha do Marajó, no Pará, e outra na comunidade quilombola de Lagoa das Batas, em Ibititá, na Bahia. As secretarias de Educação de várias cidades brasileiras entraram em contato com a garota que além de ensinar a montar a casinha, fornece os adesivos feitos por ela.

O amor de Clarinha pela arte não se restringe à literatura. A menina de sorriso solto e cabelos cacheados, que fez 14 anos em março, começa a gravar Sonho de Cinema, primeiro longa do diretor baiano Sólon Barreto. “A arte me traz paz”, resume a atriz mirim de cara sapeca.

A mãe Maria José não esconde a preocupação com o número de atividades que a menina se embrenhou. Há dois anos, após um desmaio e crises convulsivas, os médicos diagnosticaram que Clarinha tem epilepsia. Mas até nisso ela é generosa. Resolveu fazer do seu caso um exemplo e passou a promover lives e postar em suas redes informações sobre como as crianças podem enfrentar a doença. A sertaneja Clarinha é assim: chuva na aridez desse País.

Veja também

Corte de geração de energia pode escalar para nova crise no setor

Os cortes de geração de energia por questões operativas do Sistema Interligado Nacional (SIN) ameaçam …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!