sábado 14 de dezembro de 2024
Foto: Reprodução/Uol
Home / NOTÍCIAS / Como provocar raiva nos outros nas redes sociais virou negócio lucrativo
sábado 14 de dezembro de 2024 às 18:31h

Como provocar raiva nos outros nas redes sociais virou negócio lucrativo

NOTÍCIAS, REDES SOCIAIS


“Recebo muito ódio”, diz a criadora de conteúdo Winta Zesu.

Em 2023, ela ganhou US$ 150 mil (cerca de R$ 900 mil) com postagens nas redes sociais.

O que diferencia Zesu de outros influenciadores é que as pessoas que comentam nas suas postagens e levam tráfego para os seus vídeos, muitas vezes, são levadas pela raiva.

“Cada vídeo meu teve milhões de visualizações devido aos comentários de ódio”, explica a jovem de 24 anos.

Nos vídeos, ela documenta a vida de uma modelo na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Seu maior problema é ser bonita demais.

O que algumas pessoas que fazem comentários não percebem é que Zesu está interpretando uma personagem.

“Recebo muitos comentários desagradáveis”, conta ela, do seu apartamento em Nova York. “As pessoas dizem ‘você não é a menina mais bonita’ ou ‘por favor, baixe a bola, você tem confiança demais’.”

Dois vídeos da página TikTok de Winta. Um intitula "passeios turísticos de celebridades" e o outro "Eu estava no Gladiador 2"
Legenda da foto,Winta Zesu publica no TikTok vídeos produzidos para irritar as pessoas

Winta Zesu faz parte de um grupo cada vez maior de criadores online que elaboram conteúdo que serve de “isca de ódio” (rage-baiting, em inglês).

O objetivo é simples: gravar vídeos, produzir memes e escrever postagens que provoquem raiva visceral nas pessoas. Com isso, elas contam milhares, até milhões de curtidas e compartilhamentos.

rage-baiting é diferente do seu primo clickbait, muito comum na internet. Neste, usa-se uma manchete para incentivar o leitor a clicar para ver um vídeo ou reportagem.

“A isca de ódio é criada para manipular as pessoas”, diz a produtora de podcasts de marketing Andréa Jones.

Mas a atração exercida pelo conteúdo negativo sobre a psicologia humana está incrustada em nós, segundo William Brady, que estuda as interações do cérebro com as novas tecnologias.

“No passado, este era o tipo de conteúdo em que realmente precisávamos prestar atenção”, explica ele. “Por isso, temos esses vieses embutidos na nossa atenção e no nosso aprendizado.”

Andréa Jones sorrindo, segurando o celular e vestindo uma blusa roxa.

Crédito,Megan Muir

Legenda da foto, Andréa Jones assumiu para si a missão de fazer da internet um lugar mais amistoso 

Veja também

Ministério Público da Bahia implanta em 12 municípios programa do Reino Unido

O Ministério Público da Bahia formalizou na última quinta-feira (12) a implantação da disciplina ‘Cidadania …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!