Intencionalmente ou não, os ataques iniciados pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e rebatidos pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) intensificaram uma queda de braço no diretório do PT no Ceará. A disputa interna gira em torno da manutenção da aliança com o PDT. Enquanto pedetistas mantêm discurso uníssono em prol da aliança local com petistas; no partido do ex-presidente Lula (PT), alas entram em conflito sobre romper ou não com o PDT para o pleito de 2022.
Em meio ao impasse entre as duas siglas que ocupam os mais altos cargos de poder no Executivo e no Legislativo estadual, aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incitam o racha de olho na fragmentação dos adversários para o próximo ano. Nesse contexto, o presidente ainda investe em acenos aos eleitores cearenses buscando reverter o baixo desempenho nas eleições de 2018.
O Diário do Nordeste diz que ouviu dirigentes partidários e cientistas políticos para mostrar as consequências do conflito entre as duas siglas a nível nacional e os ecos dessa disputa no Ceará.
Ameaça à aliança
A escalada de ataques entre PT-PDT começou no último dia 13 de outubro, quando Ciro disse que o ex-presidente Lula teria arquitetado o impeachment de Dilma em 2016. A resposta para o pedetista veio da própria ex-presidente. Dilma disse que o ex-ministro “mente de maneira descarada”. A discussão seguiu ao longo do dia, com Ciro se dizendo arrependido de ter lutado contra o impeachment da petista, e ela, em resposta, o acusando de ter uma visão “misógina”.
Na vida nunca menti. Mas errei algumas vezes. Uma delas quando lutei contra o impeachment de uma das pessoas mais incompetentes, inapetentes e presunçosas que já passaram pela presidência. Claro, que estou falando de você, Dilma. pic.twitter.com/1BwCNCgiFx
— Ciro Gomes (@cirogomes) October 13, 2021