Estratégia fez a sigla de Bolsonaro receber 15,7 milhões de votos no primeiro turno, onze milhões a mais do que há quatro anos
Quinto partido que mais elegeu prefeitos e vereadores nas eleições de 2024, o Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro, conquistou duas capitais (Maceió e Rio Branco) e ainda disputa outras nove no segundo turno (Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus e Palmas) — leia reportagem de Ramiro Brites, da Veja, sobre o triunfo da direita na edição que está nas bancas.
Ao considerar os três maiores colégios eleitorais de cada estado, o PL venceu ou disputará o segundo turno em 24 dos 78 municípios. O partido passou de 345 prefeituras conquistadas em 2020 para 510 em 2024, um aumento de 47,8%. E ao todo, recebeu 15,7 milhões de votos (11 milhões a mais do que na eleição municipal anterior).
Os números superaram as expectativas do próprio presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Quatro dias antes da eleição, ele projetava que a legenda poderia disputar nove capitais e venceria em seis – o que já era considerado pelo cacique um bom resultado, já que o partido não venceu em nenhuma capital brasileira em 2020. Em São Paulo, estado mais populoso do país, o partido abriu mão da capital (onde apoia a reeleição de Ricardo Nunes), mas apostou em grandes cidades, como Guarulhos, Jundiaí, Mogi das Cruzes, Suzano e Itaquaquecetuba.
O triunfo no número de votos é resultado de uma estratégia que, nas palavras de Costa Neto, “custa uma nota”. Com o maior fundo eleitoral disponível no país (886 milhões de reais), a legenda investiu pesado nas maiores cidades – e gastou todo o dinheiro que tinha no fundão. O plano fez com que a sigla não atingisse o número exorbitante de prefeituras que Valdemar previa no ano passado, mas conquistou lugares com mais eleitores. “Eu achava que ia eleger mil prefeituras, mas resolvemos não forçar a barra para se concentrar onde tem mais voto”, disse o cacique.
Onde o PL triunfou entre as maiores cidades de cada estado:
Mato Grosso
Cuiabá – Abílio Brunini (PL) e Lúdio Cabral (PT) disputam o segundo turno
Várzea Grande – Flávia Moretti (PL) eleito
Rondonópolis – Claudio Ferreira (PL) eleito
Goiás
Goiânia – Fred Rodrigues (PL) e Sandro Mabel (União Brasil) disputam o segundo turno
Aparecida de Goiânia – Professor Alcides (PL) e Leandro Vilela (MDB) disputam o segundo turno
Anápolis – Marcio Correa (PL) e Antonio Gomide (PT) disputam o segundo turno
São Paulo
Guarulhos – Lucas Sanches (PL) e Elói Pietá (Solidariedade) disputam o segundo turno
Rio de Janeiro
São Gonçalo – Capitão Nelson (PL) eleito
Minas Gerais
Belo Horizonte – Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) disputam o segundo turno
Santa Catarina
Blumenau – Delegado Egídio (PL) eleito
Rio Grande do Sul
Caxias do Sul – Scalco (PL) e Adiló (PSDB) disputam o segundo turno
Canoas – Airton Souza (PL) e Jairo Jorge (PSD) disputam o segundo turno
Sergipe
Aracaju – Emília Corrêa (PL) e Luiz Roberto (PDT) disputam o segundo turno
Itabaiana – Valmir de Francisquinho (PL) eleito
Alagoas
Maceió – João Henrique Caldas (PL) eleito
Pernambuco
Jaboatão dos Guararapes – Mano Medeiros (PL) eleito
Paraíba
João Pessoa – Cícero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL) disputam o segundo turno
Ceará
Fortaleza – André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) disputam o segundo turno
Rondônia
Ji-Paraná – Afonso Cândido (PL) eleito
Pará
Belém – Delegado Eder Mauro (PL) e Igor Normando (MDB) disputam o segundo turno
Santarém – JK do Povão (PL) e Zé Maria Tapajós (MDB) disputam o segundo turno
Amazonas
Manaus – Capitão Alberto Neto (PL) e David Almeida (Avante) disputam o segundo turno
Tocantins
Palmas – Janad Valcari (PL) e Eduardo Siqueira Campos (Podemos) disputam o segundo turno
Acre
Rio Branco – Tião Bocalom (PL) eleito